sábado, 29 de novembro de 2008

DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"


FELIX ANTONIO
LUCAS
AmizadeA internet trouxe a mim uma mensagem que fala de velhas amizades.
Em principio achei muito bonita. Veio acompanhada de uma música. Confesso que fiquei tocado, muito embora eu tenha uma idéia diferente sobre amizade.
Entendo amizade, quando sincera, imortal. Ela não acaba nunca. O máximo que pode acontecer com uma amizade verdadeira é ela hibernar. Permanece ali no nosso íntimo e a qualquer tempo,quando incitada, ressurge em todo o seu esplendor.
Exemplos recentes reforçam este meu pensamento. Em julho de 2007, em Curitiba, reencontrei amigos que não via há 20 anos (Cidinha e Silviano Câmara), 30 anos ou mais Cláudio Stocco, Terezinha Códolo, Katia Bonini, Edilucia e outros).
A sensação que tive foi de que não houve quebra da força da amizade. Foi como se no dia anterior eu estivesse na república ao lado da casa da Katia, vendo Seu Bonini, Dona Oscarina, Seu Loreto. O Vavau ali na borracharia dizendo bom dia e eu indo rua acima em direção ao trabalho, encontrando, no caminho, Seu Albino Turbay, Seu Estevam Ribeiro do Valle, meu compadre Lino Varella,TiBrun, Marcão, Zé Rubens e outros amigos que não vejo há tanto tempo. Alguns, eu sei, não mais verei. Então, a prosa teve seqüência com o mesmo carinho e com a intimidade de sempre.
No Encontro em julho de 2008, em Cianorte, quando espero reencontrar tantos outros queridos amigos já antevejo continuidade, simplesmente continuidade do estanque tempo nas conversas que darão seqüência àquelas de 30 ou mais anos atrás.

Claro, à parte correram os anos. Eu, por exemplo, sai de Cianorte, onde casei com a Cidinha Parisotto e onde nasceu nossa primogênita Estella, no ano de 1974. Rodamos o Brasil, sempre em busca
de melhoras na carreira profissional. Moramos no Pantanal matogrossense (Poconé). Altamira, no Para. Em Belém nasceu nossa segunda filha Daniella. Retornamos ao Paraná e em Guairá, em 1978, nasceu nossa caçula, Isabella.
Vida de bancário pode ser muito nômade. A minha foi. De Guaíra fomos para Rondon, de 82 a 85, e dali fomos para o nordeste, Maceió. Em 1990, eu e Cidinha decidimos encerrar nossa sociedade conjugal.
A partir dessa época, as meninas ficaram com a mãe e eu, mesmo a distância, continuei, à maneira do possível, o mais próximo que podia das filhas. Depois de exercer funções de gerência, passei por Florianópolis, Aracaju, Salvador, como Gerente de Núcleo de Auditoria do Banco do Brasil. Na boa terra pedi minha aposentadoria. Na
verdade mudei de profissão. De bancário, aposentado com mais de 30
anos de serviço, retornei à profissão primeira: marcenaria. Quase oito
anos mais na ativa.
Minhas filhas são um caso à parte. Sou um pai babão, apaixonado
por elas e delas somente recebo amor e motivos de orgulho. Assim como o pai, também são ciganas, desassombradas, desde cedo acostumadas a desbravar mundos novos que poderiam ser pomares, barrancos, lagartos, vistos pelos seus olhos infantis como enormes florestas e montanhas habitadas por bichos grandes e assustadores.
Adultas, continuam desbravando mundos desconhecidos. Hoje Estella, após alguns anos em Londres, mora em Itapema (SC), Daniella em Toronto (Canadá) e Isabella nos Estados Unidos. Das três somente a Isabella é casada, há um ano e pouco. Ainda não coloquei um neto no colo. Isso acontecerá na hora certa.
Quando isso ocorrer, o (os) levarei para o cantinho que escolhi para
viver o meu agora. Vai ser farra da boa. Muita praia, pescarias
guloseimas, jogos ( de correr, futebol, queimada – coisa da antiga
mesmo, nada de videogame ). Não quero nem saber, os pais que
eduquem! Nós, as crianças, vamos curtir muito! Meu endereço atual no povoado Miai de Cima (alguma coisa perto de 500 habitantes, em Coruripe, Alagoas, é: seguir em frente na rua principal (existem duas) Antes de cair no mar, vire à direita. Você estará em casa. E será sempre bem vindo.
E o tempo continuou passando...
Sempre gostei de viajar e faço isso de carro, porque gosto do vento na cara. Quando em casa, virei pescador. Coloco a jangada no mar, molinete, algumas iscas e muitas cervejas. Volto a tempo de assar o pescado na brasa da casca de coco. Gosto muito de cozinhar e de futebol. Continuo o mesmo Corinthiano roxo de sempre. Solidão?

Que nada! As filhas sempre que podem me visitam. Tenho vários “pariceros” nativos, uma coleção de ETs e tantos outros amigos em vários cantos do Brasil. Sempre tem alguém comigo. Deus sempre.
Continuo gostando de pintura e, às vezes, de escrever e estas são rápidas pinceladas sobre minha vida. O resto da historia a gente continua naquele papo descontraído que iniciamos agora há pouco.
anos atrás.

DO LIVRO 'AMIGOS PARA SEMPRE"


MARIA APARECIDA PARISOTTO LUCAS
Da minha trajetória por Cianorte tenho grandes lembranças...
O parquinho perto da Igreja Matriz, aonde ia livremente brincar com meus amiguinhos e primos e que, em muitos dias, recordo-me dos banhos de chuva, das corridas nas enxurradas de água vermelha, dos banhos de bica na prainha, dos piqueniques aos domingos na barranca do rio Ligeiro e demais rios da redondeza, regados a guaraná “gold-scrin”, grapettes, “crush”,
cerejinha e tubaína; do pão feito em casa para os sanduíches de mortadela e dos sonhos de creme amarelo do Colégio das Freiras. Lembro-me daquele doceiro que ficava na porta do colégio, na hora do recreio, para vender quebra queixo, martelinho (doce cor de rosa, que nunca mais vi em lugar algum), picolé de groselha redondo e casquinha de biju torradinha de cheiro muito peculiar.
Da Escola Evangélica lembro-me das histórias contadas no auditório, naquele painel de feltro verde com aquelas figuras ilustrativas, que se moviam pelas mãos ágeis de Miss Karol e me levavam para um universo de imaginações e fantasias; das filas com a mão no ombro do amiguinho para manter distância, em absoluta disciplina, para cantar o Hino Nacional e o Hino à Bandeira; dos desfiles de 7 de Setembro; das quermesses, com aqueles leilões que eram oferecidos pernil de porco, frango assado com recheio de miúdos na farofa, bolos caseiro e aquele som gostoso do leiloeiro:
-Quem dá mais?...Dou-lhe uma...Dou-lhe duas...
Das festas juninas me recordo do dia 23 de junho de 1969, quando houve festa na casa da Cidinha Loreto. Loucamente, andei descalça sobre as brasas incandescentes da fogueira, incentivada pelo meu pai. O mais interessante foi que realmente não queimei meus pés.
Que dias maravilhosos!!!

Época das brincadeiras dançantes no Grêmio, no Clube Português, no Clube G.E.M.A e no Clube Japonês. Quanto à missa aos domingos: esperávamos ansiosamente seu final para, como numa procissão, irmos (meus amigos e eu) à Socimara Discos e em seguida encontrar outros amigos na praça. Assim era o ritual de todos os domingos. Claro que as matinês no Cine Cianorte eram imperdíveis: Tarzan, Mazaropi e “bang bang” americano, que fazia a molecada pular na cadeira enlouquecendo o pobre do lanterninha.
Um pecado que eu cometia era pegar o fusca do meu pai escondido, lotar o carro com a galera e fazer cavalinho de pau na esplanada, que loucura!!!
As competições esportivas, sempre organizadas pelo professor Albino Turbay, no Ginásio Cianortense, no Colégio Estadual de Cianorte, no La Salle e os jogos da primavera, sem deixar de lembrar das fantásticas gincanas. Como eram bons, também, os badalados bailes no Cianorte Clube e as encantadoras serenatas.
Nas televisões (preto e branco), colocávamos papel celofane nas telas para que as imagens ficassem coloridas, mas ficavam apenas verdes e achávamos isso o máximo! Meu confidente era um pé de mamona( meu amigo, inspirada no livro “Meu Pé de Laranja Lima”), que ficava no fundo do quintal do Mercadinho Caçula, que era dos meus pais Erasmo Parisotto e Zunilde Moretto Parisotto, onde vivíamos juntos com meu irmão José claudio Parisotto. Quantas vezes compartilhei com este amigo histórias de uma paquera, um flerte ou uma paixão confusa e secreta.
Hoje revirando meu diário, que escrevia na época, me deparo com relatos como o primeiro dia em que o homem chegou à lua, 20 de julho de 1969 um domingo. Estávamos eu, Terezinha Códolo e a Telma, aguardando a Cátia

chegar de viagem, e ficávamos olhando para a lua crescente, que iluminava o breu do céu e, extasiadas, deixávamos fluir, com suspiros, nossa imaginação.Histórias, que as lendo nesse momento, me transportam para a época com descrições que afloram em mim um sentimento agradável e prazeiroso, ao ponto de me emocionar ao vivenciar estas lembranças com exatidão agora. Assistimos ao vivo a primeira transmissão de televisão em cores e o Brasil ser Tri-Campeão do mundo de futebol em 1970. Foram grandes as comemorações do título, com desfiles de carro pelas ruas da cidade, abraços e rostos com sorrisos largos, espalhados por todos os lados.
Casei-me com Félix, aos 17 anos, ainda em Cianorte. Formamos uma turma de amigos. Eram casais recém-casados como nós, e podíamos compartilhar experiências comuns. Deus nos premiou com a vinda das nossas filhas: Estella, que nasceu em Cianorte; Daniella em Belém do Pará
e Isabella em Guaíra no Paraná. Por motivo de trabalho, vivemos uma peregrinação por lugares distantes deste imenso país, mudando inúmeras vezes de casa e cidade. Finalmente nos mudamos para o nordeste. Em Maceió voltei a estudar, fiz minha formação acadêmica em Psicologia Clínica. Anos depois, Félix e eu decidimos nos separar, mas conservamos até hoje grande amizade, o que resultou em um relacionamento saudável com nossas filhas. Aqueles foram momentos difíceis para toda nossa família.

Morei então um tempo na Europa vivendo situações jamais imaginadas, de amor e de dor, mas acabei realizando um grande desejo: conhecer vários países. Tinha, ainda, um sonho que guardava dentro de mim e consegui realizá-lo anos depois. Fiz o Caminho de Santiago de Compostela, andando 800 quilômetros a pé, entre a França e a Espanha. Foi como assistir vários filmes da minha vida. Uma guerra de fantasmas internos, conflitos, medos e conquistas, que vieram à tona num período de 30 dias de caminhada, passando por arquiteturas diferentes, campos, lugares e vegetações distintas.
E havia chegado o momento que tinha que ser provedora de mim mesma. Mas como? Não tinha nenhuma experiência. Nunca havia trabalhado fora, pois até então era dona de casa e nessa função não se tem salário, férias, décimo terceiro e nem aposentadoria.
Certa noite saí caminhando pela praia, sem ter muita noção de mim e em lágrimas implorei ao Sagrado que me apontasse uma luz, um caminho. Logo tive uma intuição tão forte que tomou conta de mim e uma vóz lá de dentro me disse: “você vai fazer bolsas”. Novamente pensei: como? Se não sei colocar linhas no manejo da máquina. Fui para casa e não me deixei esmorecer. Desmanchei um nécessaire e a usei como molde. Como não tinha dinheiro, comprava o material de metro em metro e fazia a bolsa para vender para uma e outra amiga. Trabalhei muito em casa, até o dia em que resolvi alugar um espaço e constituir a pessoa jurídica. No momento de escrever o contrato, o contador perguntou-me: “qual será o seu pró-labore?” ao que respondi: “o que é isso?” E mesmo sem nenhum conhecimento não desisti.
Hoje, tenho vários colaboradores, sou movida pela responsabilidade de ser provedora de mim e indiretamente de muitas famílias. Compreendi que só
se aprende fazendo. Sinto uma grande satisfação por ter uma empresa estruturada e por ter recebido o prêmio SEBRAE “Mulher empreendedora” entre vários outros. Creio que esta estrutura pessoal veio da forma como fui criada, numa terra de gente de valor, de conceitos e base sólida, da minha cidade de Cianorte e meu Paraná querido.

Quero deixar registrado aqui meu profundo agradecimento aos amigos da infância e adolescência – amigos para sempre. Dizer que no Caminho de Santiago vi-me em pedra bruta quebrando para ser lapidada. Lapidando-me dos musgos, das couraças utilizadas de maneira consciente ou inconsciente e que na longa caminhada da vida encontrei pessoas homogêneas e heterogêneas. Tomei chuva, me molhei de orvalho, senti o cheiro da terra fria, andei, viajei, senti alegria e dor, chorei e rezei, e hoje estou diferente...

Continuo morando em Maceió – Alagoas, no nordeste brasileiro, com minha mãe. Minhas adoradas e amadas filhas: Estella está morando em Itapema – Santa Catarina; Daniella em Toronto no Canadá e Isabella em Boston nos Estados Unidos. Ainda não tenho netos.
Agradeço a Deus todos os dias por estas filhas corajosas, maravilhosas e guerreiras. Pela Internet, me comunico com elas quase todos os dias. E que neste reencontro dos amigos para sempre , eu possa abraçar um a um. Amigos que mantém acesa, em minha mente, a chama da alegria de viver.
Beijossssssssss

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"


MEMÓRIAS ALEGRES
Eunice Marina Tomaroli Linarth

Havia acabado de chegar de Cambé, cidade onde nasci, em 18 de julho de 1952, última de uma família de quatro irmãos. Tinha eu, mal completado 08
anos de idade. Saí de uma cidade também pioneira no norte do Paraná,
entretanto, mais avançada em infra-estrutura e passei a morar em Cianorte,
onde não havia luz elétrica e nem asfalto nas ruas. Embora houvesse água
encanada em minha casa, esta vinha de profundos poços artesianos, pois a
região arenosa influenciava na profundidade do lençol freático, aprofundando
-o. Os poços caseiros forneciam água a partir de 45 metros de profundidade, o que demandava muito esforço em retirar a sua água trazida por baldes
amarrados em cordas e puxados à superfície por manivelas manuais.
Criança ainda, adorava a areia que se enfiava pelos meus pés; andava
descalça e brincava muito nas ruas ainda tão serenas e prazeirosas, onde
nossas mães punham as cadeiras nas calçadas no anoitecer para
conversarem, pois graças a Deus não havia novelas e nem televisão naquele
tempo.
Minhas grandes companheiras de infância foram minhas primas: a Nenê
(Cidinha Parisoto) e a Nair Moretto. Mas, também brincava com meus primos
Nivaldo Moretto e Claudio Parisoto. Com estas minhas primas eu brincava
por longas horas todos os dias, quase sempre em minha casa que ficava
localizada na rua da Constituição, bem em frente ao antigo prédio da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
Gostava de brincar de rainha e pegava os vestidos melhores da minha irmã Izaura, guardados com carinho, para vestí-los nestas brincadeiras. As barras saiam arrastando pelo chão e juntamente, com minhas primas enfeitava-nos de colares e guirlandas na cabeça. Éramos rainhas, princesas em nossos sonhos de criança e em nosso mundo de fantasias éramos felizes
Minha irmã Izaura sempre foi meu modelo. Pessoa idônea, inteligente e de um coração de ouro em que até hoje me espelho.
Frequentava a escola e como filha de uma família católica minha mãe me
matriculou no Colégio Nossa Senhora do Rosário, que ficava numa velha
casa de madeira atrás do bosque da Igreja Matriz. As freiras impiedosas, não
perdoavam nenhuma falta e cansei de escrever umas mil vezes: “Não devo
conversar na aula”, e nem era tão tagarela assim...
Quando terminei o curso primário era necessário fazer a prova de Admissão
ao Ginásio Estadual de Cianorte, e como em Cianorte não tinha, fui para
Terra Boa prestar o exame e uma galera entrou no ônibus rumo à aventura de viajar 20 kilômetros por estradas de terra. No intervalo das provas, brincava de formar duas filas: uma de meninas e outra de meninos,
de costas, paralelas uma à outra. Jogava a mão para trás e apontava,
aleatoriamente, para um menino, e para onde apontasse a minha mão, ele tinha que me dar um beijo, no rosto, é claro...(sem que os professores vissem, é claro também...)
Sem dúvida, foi a melhor época de minha vida, com exceção da professora de Matemática Elmi Fachetti que não entendeu as minhas notas baixas na matéria e acabou me reprovando. Em compensação amava a professora de
Francês D. Lúcia Passerino, elegante e doce pessoa.
Novas amigas fui agregando ao meu círculo: a Ilda de Souza e a Edna, filha
da D. Juvir Corrêa de Castilho, que mantinha um coral, no qual eu cantava
maviosamente. Otília Montoro e Janina Gwadera, amigas inseparáveis.
Que saudades dos bailes do Cianorte Clube quando ainda era um casarão de madeira, mas que eu ia segurando vela para minha irmã Izaura que namorava o Lino Varella. Com ansiedade ficava esperando o Zinaldo me tirar para dançar, mas não perdia os olhos dos meninos bonitos do baile, o Zoiro Pascotto, o Calejjas e o Zezinho Lemos, que quase nunca dançavam e ficavam bebendo no bar. E curtindo atavicamente as presas...
Meu amigo muito especial era o José Paula. Magrinho e meio tímido, sempre me acompanhava e só depois de 40 anos passados, é que fui descobrir os sentimentos maravilhosos que tinha por mim naquela época (mas sempre é tempo de falar, de contar...)
Cianorte era envolvida por matas virgens com muita umidade proporcionada
pelas árvores frondosas e abundantes; as estações eram bem definidas e
toda vez que vejo o outono chegar sinto em minha alma as fragrâncias de
minha adolescência.Vem à minha lembrança o velho Cine Cianorte, palco de
encontro fortuitos e sempre esperando que meu amado se sentasse ao meu
lado e na penumbra, enlaçasse as minhas mãos nas suas. O coração então
disparava, a respiração ficava ofegante e sentia uma felicidade tão grande,
impossível de mensuração. Mas a felicidade sempre durava pouco, pois o
meu irmão de criação, o Chico, que minha mãe encontrou abandonado nos
caixotes das Casas Pernambucanas me espionava e corria contar para minha mãe que me dava uma semana de castigo.
Na terceira série ginasial fui tansferida para o Colégio Cianortense, colégio de confissão luterana e nos cultos no salão de festa liderado pelo pastor,
o melhor mesmo era o reflão que cantávamos “Bom, bom, bom”. Meu
namoradinho era o Rui Reis Neto que no final do ano mudou-se para São
Paulo e nunca me escreveu cartas, as quais espero até hoje, pois foi uma
promessa que me fez...
Na quarta série voltei estudar no Ginásio Estadual e o reencontro com a turma antiga foi maravilhoso. Formamos time de volley, tocava tambor na
fanfarra, havia tardes dançantes, bailes, cinemas, paquera e no final, outro
namorado: Elcio Luis Romão. Ele mudou-se para o estado de São Paulo,
minha família mudou de Cianorte e este amor efêmero também murchou e lá
fui eu, embora para sempre de Cianorte; a cidade que mais gostei em minha
vida.
Estudei em Maringá, em Apucarana e finalmente em Curitiba, onde cursei a
faculdade de Biologia, na Universidade Estadual do Paraná. Fui professora 15 anos e em 1971 conheci Roberto José Linarth, estudante de Medicina e um gentleman que me conquistou com uma dúzia de rosas, e que seria meu marido por 27 anos. Quando terminou a residência em patologia mudamos
para Umuarama, cidade onde moramos até o ano de 2004, quando ele faleceu, deixando-me viúva. Também cursei Psicologia Clínica e exerci a profissão por 14 anos. No momento sou artista plástica e encontro na arte grande significado para minha vida. Tenho dois filhos: Ana Letícia, médica e o Andre Guilherme, engenheiro de computação, fazendo doutorado na Alemanha, casado, que me deu um lindo neto em 05 de dezembro de 2007, o Leonardo.
Apesar dos entraves, encontros e desencontros da vida,posso me considerar
uma mulher feliz e bem relacionada. Apesar da veleidade do tempo ainda conservo em minha alma a saudade de uma época em que a ingenuidade, a
pureza da alma e os amigos fiéis ainda prevalecem como valores morais insubstituíveis.

DO LIVRO 'AMIGOS PARA SEMPRE"


JANINA GWADERA BOBRZYK
-“Zé, espera! Não edita ainda o livro, espera por mim! Há pouco resolvi, num ímpeto, que também vou rabiscar algumas linhas sobre as minhas lembranças de Cianorte... que são tantas, aliás!... Do tempo do Ginásio... e de antes ainda! Posso?
Eu sou a Janina Gwadera, a Nina, aquela que morava na Avenida Maranhão, 709, a filha do meio do Seu João e da dona Maria, aqueles poloneses que costumavam jogar xadrez em casa, irmã da Cristina e da Irene, lembra?
Morava abaixo da linha férrea, em frente à esplanada – aquele morro enorme onde até avião já pousou num terrível dia de chuva, há muuuuuitos anos atrás, bem antes ainda de eu ir para o ginásio; cujas ruas eram tão esburacadas que o destino da maioria dos jipes era cair neles e daí serem tirados pelo auxílio de caminhões carregados de toras (como se desmatava naquele tempo!) e, sabe Zé... me lembro que um dia bem na frente da minha casa
num destes buracos caiu um caminhão e de suas portas escancaradas uma montanha de goiabadas saborosas, tão
certinhas, quadradinhas , caíram para fora para alegria do povo da Vila Operária! Eu também corri até lá, fiz da saia do vestido um avental e saí feliz carregando algumas mas o Seu João me fez devolvê-las imediatamente! -“Isto tem dono! Não se deve tirar nada de ninguém!”
Zé... acho que fui a única criança da Vila a não comer goiabada naquele dia!
Naquela avenida eu cresci ladeada pelos filhos do Seu Miguel Novaes Sena, sua mulher, a dona Bela (que aprendeu a tabuada cantada na Bahia), e seus filhos João, Izaura, Izauri, Jackson, Jaime, Di e a Dulce que era a sobrinha criada no Rio de Janeiro. Foi com elas ainda crianças que aprendi histórias de assombração
e também a fazer bandeirinhas coloridas e assar batatas nas enormes fogueiras cuidadosamente preparadas durante todo o dia para comemorar a noite de São João após dias de novena rezada na sala deles diante de tantos santos, mas, lembro-me bem, os que mais se destacavam eram Santo Antonio e São Cristóvão. Só corria dos busca-pés, soltados pelo Jackson que era o terror da vizinhança. Foi ali que aprendi a escutar as histórias da ex-escrava vó Pida que tinha um papagaio que cantava o Hino Nacional e a gostar do som dos tambores que tocavam atrás da cerca da minha casa, invocando todos os Orixás.
Foi na Avenida Maranhão que vi os primeiros postes de luz surgirem repentinamente e trazer uma claridade maravilhosa para todos aqueles que já gostavam de sentar-se à luz do luar na frente de suas casas. Foi ali, nesta mesma avenida que aprendi a andar de bicicleta com a amiguinha Fátima Virgínia Manfrinato, a primeira criança nascida em Cianorte. Pobres joelhos! Pobres cotovelos!.
Foi dali que saí para estudar na Escola Itacilina Bittencourt...e ah, foi dali também que saí para descobrir o que seria aquele prédio que estavam construindo na frente da Igreja Matriz: - “Rádio? E como vai entrar todo o mundo ali dentro?” O milagre da comunicação chegava a nossa cidade através das mãos do seu Salvador Garcia, o seu proprietário.
Rádio Porta Voz de Cianorte! Programa Cinderela Infantil! Cantei lá durante anos... Puxa! Comecei com “Quero beijar-te as mãos” de Anísio Silva e cheguei até a repartir o trono com sumidades como
Catarina Mafra Maia! Lembra-se, Zé, da música : -“Fiiiiiiiilme triste!” Meu-bro-to-me-a-vi-sou-quia-es-tu-dar... Ai, ai, ai, ai...!”
Primeiro lugar! Primeiro lugar! Aplausos! Trono, sodinha Gold Scrim, tinteiro para caneta Piloto e ingresso para assistir filme do Oscarito e Grande Otelo ou Zorro! Sonho de consumo!
Foi morando ali, Zé, que me tornei atriz de teatro, ainda que por curto espaço de tempo. Fui a Branca de Neve de uma linda peça teatral que foi ensaiada durante meses para ser apresentada para todas as escolas da cidade e interior, lá no Cine Cianorte (onde cabiam 1200 crianças sentadas e mais umas 500 pelos amplos corredores). Adorei este papel, principalmente a parte que a Branca de Neve canta e brinca na floresta com os seus amiguinhos, os pequenos animais. Era tão criança que nem me preocupava com o beijo do príncipe! E nem a Fátima (não é a mesma Fátima da bicicleta) me assustava no papel da madrasta malvada quando dava aquela gargalhada que ecoava pelo cinema inteiro mostrando todo o rancor que nutria pela enteada na disputa dela pelo coração do rei.
No fim, fiz o admissão (você se lembra o que era?) e entrei no Ginásio! Viva!
Matérias de monte e professores idem! Tudo separadinho! O guarda-pó branco foi aposentado e o uniforme agora era saia pregueada azul- marinho, blusa branca, meias e sapatos pretos. Estudava francês com a professora Lúcia Passerino, matemática com a professora Helmi Fachetti que nos ensinava álgebra somando o xix com o ípsilon e Geografia com o Albino Turbay. Lindo ele! Mais uma: era obrigatório o uso de caneta!
No intervalo das aulas a gente comia coxinha de mandioca com carne e molho de pimenta que a dona do bar fazia para nossa alegria. Quando o sino tocava a gente formava fila na frente da ampla área de entrada, de madeira já gasta pelo corre-corre dos adolescentes cheios de energia e hormônios para botar pra fora. Tábuas quebradas ou insistentemente remendadas eram o que nos separava do pátio e das salas de aula e era ali que acontecia toda a vida social da Escola. Cantávamos hinos que hoje as crianças não conhecem mais: Hino à Independência, Hino à Bandeira, Hino à América, até o Hino à Árvore que, aliás até hoje eu canto com
os olhos marejados e a voz embargada pela emoção quando
comemoramos o seu dia: - “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore.... Se um dia ao voltarmos... Pedindo-lhe abrigo...Ou flores, ou frutos, ou sombra dará...”
Deus, que saudades do meu Ginásio!
Zé, eu ia esquecer a fanfarra, lembra-se dela? Você se lembra daquelas imponentes zabumbas abrindo os desfiles da cidade? Lá
atrás estava eu tocando repique: -“Dig, dig, dig...Digdig,dig,dig...”. Lembra-se do grande maestro Adilson Motta que com seu assobio mágico mudava os toques da banda e ainda dava acordes para
que os instrumentos de sopro tocassem “Maria Bonita” e”Cisne Branco”? Era a fanfarra mais importante de toda a região, ganhava todos os concursos!
E os Jogos Abertos da Primavera? Zé, quantas medalhas para a nossa Escola, para os nossos heróis, para o nosso Ginásio, que àquelas alturas já tinha se transformado em Colégio Estadual de Cianorte com a inclusão do 1º ano do Científico no período noturno. E, novamente Zé, eu estava lá (e você também, né?) para fazermos parte da histórica primeira turma noturna. Foi nesta época que percebemos quão inteligente era o nosso amigo Jorge Arouca, uma humilde sumidade saída do interior e pronta pra desbravar a sabedoria dos livros... ele só tirava 100, né? E tinha uma caligrafia tão linda...! O diretor era o professor Caio Mário Moreira, amigo sincero e companheiro solidário de todos os jovens do nosso Ginásio, que tinha vindo lá da cidade de Mariana com sua família para daí para frente fazer parte dioturnamente das nossas vidas. Me lembro ainda de um pequeno detalhe: ele fazia aniversário no
dia 03 de outubro, sabia disto?
Zé, são tantas as coisas que tenho pra escrever do meu tempo de ginásio, que talvez seja melhor que eu não busque mais nada nas
minhas lembranças. Teria que escrever da Maria Eustáquia e da Gracinha, minhas grandes amigas do início da adolescência, da Ilda de Souza que tocava violão com aquelas unhas compridas
e cantava um soprano sem desafinar uma única nota ; da Aída
e Arlete que, com a Ilda e comigo fizeram parte da primeira banda feminina do Colégio Estadual de Cianorte: “Assassinas do Ritmo”, olha o nome! Que aliás, pegou fácil! Fizemos uma mágica apresentação num baile onde arrecadamos dinheiro para a nossa formatura da Escola. Novamente, sucesso absoluto e um
bom dinheirinho para o nosso caixa.
A minha vida em Cianorte me preparou para o mundo. Todas
as coisas boas da minha infância e adolescência eu devo aos inúmeros amigos que, sendo da minha ou de mais idade, por ela passaram. Os amigos até hoje estão comigo, embora eu já esteja há tantos anos longe de lá. Que saudades, Zé de todas as pessoas
com as quais dividi minha infância, meu despontar para a vida e
minhas primeiras paixões. Que saudades de olhar lá atrás e ver o
Adolfo entrando naquele ginásio pela primeira vez e pensar “ - Que menino bonito! Tão limpinho!” e toda vez que olhar pra ele sentir o coração bater mais forte! Foi a minha primeira paixão platônica! Ah, Zé, este coração bateu muitas vezes assim ainda porque todo o dia era um novo dia na minha vida e uma nova história acontecia.
Vieram os bailes que eram abrilhantados pelas bandas que naquele tempo se chamavam conjuntos musicais, os cabelos dos garotos cresceram na mesma proporção que as garotas usavam laquê para fixar os fios mais rebeldes (afinal aquelas obras de arte levavam horas de empenho das cabeleireiras da cidade para durarem somente uma noite...). Dançávamos Billy Voughn, Renato e Seus Blue Caps, Roberto Carlos e, claro “ Do You Wanna Dance” de Johnny Rivers. Dançávamos de rosto colado (às vezes também suado) Bee Gees e dedilhávamos “A Casa do Sol Nascente” no violão no período pré-cordas de nylon (quanto calo, quanta ferida na ponta dos dedos)! Os meninos vinham nos tirar para dançar com as camisas pra dentro das calças (quanta elegância!) e nós não dávamos carão em ninguém... também não era bonito na época! Éramos da geração da cuba-libre com bastante gelo e, para estar na moda, aprendemos a fumar dando aquelas baforadas de fumaça produzida por cigarro da época (Como sofri para deixar de fumar!)!

Nós, as moças, desfilávamos para as Casas Pernambucanas orientadas pelo grande conhecedor de moda Wilson Bianchi, também professor do Ginásio, e aprendemos a andar de salto alto com a Meri Chueiri que nos fazia andar dezenas de vezes para um lado e para outro com um livro pesado na cabeça até acertar o passo, a postura e até o olhar que era fortemente marcado pelos cílios postiços usados na época. O mais difícil era fazer a voltinha que exigia muita concentração mas as modelos de outrora não ficavam pra trás das melhores modelos dos tempos atuais.
Zé, a nossa formatura foi linda, não foi? Eu me formei duas vezes porque terminei o Científico e a Escola Normal no mesmo ano. Estava cheia de saúde, alegria e, ao olhar as fotos deste tempo confirmo que irradiava a maior felicidade do mundo. Infelizmente, rapidamente após a formatura nos separamos porque tínhamos que correr atrás de trabalho, de oportunidades, de objetivos, de futuro, porque afinal não tínhamos muito e por isto mesmo, urgia que conseguíssemos conquistar tudo na vida, e com a brevidade que a juventude nos permitia e as oportunidades ante nós surgiam.
Fui estudar em Mandaguari, no curso de matemática, onde fiquei um ano e meio. Em 1972 fui para a Polônia fazer curso de língua polonesa e posteriormente o curso de medicina que era um dos meus maiores sonhos na infância. O exemplo, de onde veio? Ora, ora... Do dr. Ramon, médico da família, um exemplo de pessoa na nossa comunidade e na minha infância. Anos depois, tornamo-nos colegas no Hospital e Maternidade São Paulo onde trabalhei até 1985 quando então, junto com meu marido, também médico, e meus filhos Cecílio Jr e Adriano, viemos morar nesta pequena cidade do Rio Grande do Sul, de colonização polonesa, que me recebeu com carinho tão grande que até hoje aqui fiquei e pra onde eu trouxe para viver comigo os meus pais, o Seu João e a dona Wladislawa, que então assumiu seu nome verdadeiro (aqui todos
os nomes são complicados)! Meus valores ficaram mais ainda enriquecidos quando, já em terras gaúchas, ajudei a minha filha Karin Letícia a vir ao mundo e, que um dia, também como eu, tenho certeza escreverá a história da sua infância, do seu ginásio e dos seus amigos de outrora;
Zé, enfim era isto o que eu queria escrever! Escrevi rápido... as lembranças vieram e ficaram. Se não conseguir editar, não tem importância! Fico feliz por ter conseguido arrancar do meu peito
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estes maravilhosos momentos do meu tempo de Ginásio, e nestas recordações quero que você saiba meu amigo, tenho um lugar especial guardadinho pra você e pra todos que estão promovendo este grandioso encontro no próximo julho de 2008, lá naquele enorme palco de toda a nossa vida pregressa, a belíssima Cianorte, e de cuja peça teatral somos todos atores muito importantes.
Abraços carinhosos para todos que passaram pela minha vida!
Amo todos vocês!
Janina
Guarani das Missões, RS, 14 de junho de 2008.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"


JOSE PAULA SILVA
Como tudo aconteceu...
A cerca de 02 anos, minha filha Patrícia descobriu na Internet uma nova e eficiente forma de comunicação. Não sabia que esse badalado Orkut fosse me levar de volta ao caminho que trilhei. Quando encontrei Marina Tomaroli, uma querida amiga que deixou em mim uma saudade imensa, pensei: é só o começo... Mergulhei fundo no Orkut e o resultado, surpreendentemente veio rápido. Em noventa dias, e lá estávamos nós. Com muita alegria e emoção, um grupo de amigos resgatados da adolescência, em 12 de Janeiro de 2008, se reunia em Curitiba para um grande jantar de confraternização. Era só o começo de uma grande chama que se acendia...
Eu, responsável direto, às vésperas de um novo reencontro, agora com uma
participação ainda maior de amigos, sinto uma vontade irresistível de voltar
ao passado onde tudo começou.
Começou em 1959, então com nove anos de idade, ainda não alfabetizado,
chegamos à Cianorte e fomos morar alí na rua Juruá quase esquina com Xingú, vila operária. As primeiras amizades já contemplava duas amigas conhecidas: Flora e Dora Lemos, brincávamos de salva nas tardes noites
pelas ruas da vizinhança. Cianorte não tinha limites, era toda nossa, incluia
os rios, os tanques de banhos, a mata com os pés de Jaboticaba. Só tinha
um dissabor: O Zé Lebre, um menino pra lá de malvado que usava suas atribuições físicas para nos maltratar, ora espancando-nos, ora tomando nossas “pipas”, era um estraga prazer.
Com dez anos, iniciei minha primeira série primária, lá no Itacilina. Algum tempo depois entendendo as letras fui atraído pelas matinees, pela troca
de gibis, pelas bolinhas de vidro, pelas figurinhas, pelo futebol de peladas. Como frequentar matinnes? - Custava dinheiro. - Colhi algodão, vendi garrafas vazias, engraxei sapatos, vendi pão nas madrugadas e “escolhi” café nas máquinas
Também usava métodos nada convencionais, um dia achei alguns blocos inteiros de ingressos jogados para queimar, ao lado do muro do cinema, quantia tanta, suficiente para entrar no cinema de graça por mais de ano.
E assim o fazia, até que um dia, seu Adélio me agarrou pelas mãos e pediu para chamarem o Juiz de Menor. Morrendo alí de vergonha, num descuido saí correndo e até hoje não me pegaram. Guardei essa façanha prá mim por 40 anos, achava ter cometido um pecado horroroso. Mas, recordar é maravilhoso, e agora que contei esse segredo para a Atoili Rossi, dei boas gargalhadas: ela me disse que fazia o mesmo e sua vergonha maior que a minha, pois o Odilon a jogou fora do Cinema.
As boas lembranças não esquecemos jamais, uma delas está marcada para
sempre, foi o dia que conheci o Ilustre e saudoso Albino turbay, pai do nosso
querido amigo Adolfo. Ele, pessoalmente me levou um convite para jantar
no Lendário CLUBE DOS VINTE E UM, havia eu tirado a melhor nota da formatura primária em 1963.
Apesar de viver intensamente minha infância e adolescência, fui um menino
extremamente tímido, quase sempre fazia minhas artes sozinho, mas muito
observador, conhecia a todos e tinha muita vontade de me relacionar, talvez
por isso a obsessão incontida que me levou à busca para rever um a um.
Que saudades!... dos cinemas, das brincadeiras, das peladas, dos amigos e e amigas, das quermesses...áh! as quermesses onde ia todos os sàbados
para ver a Terezinha Códolo, achava que estava apaixonado, mas ela nunca
soube.
Que saudades!... das missas domingueiras, e as passadas na Rádio Porta Voz para ver e ouvir Hilda de Souza, Catarina Maframaia cantar em dupla, (não me lembro o nome do menino) “Maria Chiquinha” e a linda Janina
Gwadera cantar “O que Será Será”, porque será lembro da letra até hoje?
Uma menina de personalidade marcante que conheci na “fila” da matinee, mais tarde minha colega de classe, Marina Tomarolli, jamais esqueci dela e agora, ao reencontrarmos, selamos para sempre nossa amizade.
Esse paraíso parecia interminável, até que um dia sem me dar conta já era
adulto. Fomos arrancados desse convívio e espalhados pelos caminhos da vida, caminhos sem volta. Durante esse tempo todo pensava um dia rever
um ou outro. De repente, vendo no Orkut a possibilidade de reencontrar nossa turma, mergulhei fundo. Vibrava de emoção quando encontrava um, depois mais um e mais um... Pouco mais de 30 dias de intenso garimpo, eis
que uma pepita de tamanho extraordinário surge: Cidinha Loreto, peça única do tabuleiro capaz de alavancar uma montanha de sentimos de amor e carinho, juntos chegamos ao tão sonhado objetivo, reunir os amigos de uma época de ouro de nossas vidas.
Aqui estamos, prontos para vivenciar com muita alegria em nossos corações,
um novo reencontro, com a certeza que do outro lado da vida, Edemar Basso, Nivaldo Moreto, Jorge Lourençone, Zinaldo, Misael Junior e Telma
Negri estarão torcendo por nós...

DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"


ZILDA DOS SANTOS ESCROCARO
(09 anos de idade – foto tirada no Grupo Escolar Itacilina Bittencourt)
UM BREVE RELATO
Meu nome é Zilda dos Santos Scrocaro. Morei em Cianorte nos meados de
1954 até início de 1965, quando minha família mudou para Arapongas, onde
resido até hoje.
Sou casada e tenho dois filhos (um casal). Estudei no Grupo Escolar
Itacilina Bittencourt e no Ginásio Estadual de Cianorte.
Uma época muito feliz em minha vida. Conheci pessoas maravilhosas, que
deixaram muitas saudades.
Passei minha infância num paraíso: Cianorte – com um bosque maravilhoso
mata fechada, a areia branca que brilhava nas ruas nas noites de luar,
crianças brincando até tarde da noite e adultos conversando à frente das
casas e nos dias de chuva, a garotada se divertia na água limpa que corria
pelas ruas...Quantas lembranças boas!

DO LIVRO 'AMIGOS PARA SEMPRE


Era o início da década de 60. Meus pais chegaram em Cianorte trazendo na bagagem seus 14 filhos. Dentre eles, lá estava eu. Um garoto assustado, magro, cabelos loiros e olhos verde-azulados. Tinha então 9 anos.
Estudei no Colégio Evangélico, depois fiz admissão com a professora Antomilda e acabei fazendo o ginásio no Colégio La Salle. E foi ai, neste saudoso colégio, que vivi meus grandes momentos da pré-adolescência. Onde encontrei amigos que guardo até hoje no coração, na lembrança. E foram nesses anos que vivi meus grandes amores. Minha primeira namorada, meu primeiro beijo.
Os bailes no Clube Cianorte, Clube Português, Clube Japonês. As partidas memoráveis de Futebol de Salão, de Volley. As competições esportistas, vividas tanto em Cianorte como na cidade de Umuarama. Foram nessas competições que me sagrei campeão algumas vezes na modalidade do salto com vara.
Lembro, com uma saudade crescente, dos bailes nos três clubes da cidade.

Eram bailes regados a músicas suaves e dançantes, animados por orquestras, que nos embalavam os corações aos sons de canções inesquecíveis, e dos adoráveis e gostosos Cuba-libre e Hi-Fi. Quanta saudade.
Lembro, com emoção, a Lojas Vigorelli, Farmácia do senhor Daniel, do "seu" Nelson, a selaria do meu "sogro", "seu" João Gwadera. Nesta selaria tinha uma loirinha que mexia comigo, sempre que passava em frente. Falava ela: Oi, meu namorado! - E eu, vermelho de vergonha, continuava a caminhar sem coragem de olhá-la.
Lembro da Casa Matos, do Bar Cruzeiro, do Bar garotinho, Casas Buri, Casas Pernambucanas. Das lojas da família Nabhan. Da sapataria do "seu" Cavassin, do Bazar Kamei e do Armarinhos Cianorte. Lembro até mesmo do Salão da Rosa, onde as mulheres mais lindas do mundo corriam para fazer aqueles penteados enormes, regados a Laquê, que eram o meu martírio, pois quando a gente encostava o rosto, para dançar, a coceira vinha galopando, obrigando-me a tirar o rosto para coçar sem parar.
É difícil não se lembrar do Cine Cianorte e do Iguaçu. Ah! Foram nesses locais que protagonizei momentos de paixão, ternura, excitação e puro amor. Como era gostoso passear pelos corredores, esperando o filme começar e olhando para ver "onde" estaria aquela com quem iria sentar.
E se tivesse sorte, pegar, escondido, em suas mãos, para depois, em casa, ficar cheirando-a e sentir os deliciosos perfumes, que nos embriagavam de paixão e iniludível amor. Isto sem contar os furtivos beijos, na face, da bela garota ao nosso lado. Quantas emoções.
A chuva em Cianorte era uma alegria a parte para nós, jovens destemidos e alegres navegantes. Pois as ruas, cobertas de areia, acabavam empossando as águas, e transformavam-se em verdadeiros rios e mares nunca dantes navegados. E nos dias de sol, andar de bicicleta, por aquele areia, era um belo e gostoso desafio. Só os mais ágeis e fortes, conseguiam. E lá íamos, valentes Dons Quixotes, montados em suas Monark´s ou Caloi´s, a desafiar os moinhos transformados em areias.
Foi na A Confortável, loja de calçados que meu pai comprou do saudoso e querido senhor Donda, que vivi meus momentos de trabalhador infantil. Pois com 10 anos, já auxiliava papai e meus irmãos mais velhos, no atendimento aos fregueses. Foi nesta época que aprendi o ofício de costurar bolas de capotão (como eram chamadas as bolas de futebol), e a pregar solas de sapatos.
Ao lado da nossa Loja, tinha o Hotel Cianorte, da família Nasser, que possuia um lindo quintal, onde nós, os garotos da época, brincávamos de mocinho e bandido, futebol e pega-pega.
É muito delicioso lembrar do Tanque do Noboro, da Biquinha, do campo na esplanada, onde o time do Salaciéu, dominava absoluto, imbatível. Enquanto que o famoso e inesquecível Cafezinho, dominava no estádio principal da cidade, que hoje leva o nome de meu saudoso pai.
Como esquecer o Ginásio estadual, ao lado da casa do senhor Motta. Daquelas duas barras de ferro, que conectadas do chão à haste de madeira, numa altura de três metros, desafiavam nossos brios de atletas? Do Cianortense, que tinha a melhor cancha de futebol de salão e campo de futebol, para a prática desses esportes? E do meu querido La Salle, dos queridos professores, irmão José, Bertílio, Izidoro, Amadeu, Antônio, e dos professores Guerino Nardo, Alanir, Sato, entre outros, sem deixar de nominar meu saudoso pai, Albino Turbay, onde aprendi normas que nortearam e norteiam até hoje minha vida. Respeito, amor, carinho, fraternidade, dignidade e o prazer pelo estudo.
Esses são meus valores materiais. Valores que levarei para todo o sempre em meu coração. Mas não posso deixar de lembrar dos valores espirituais. Dos valores que entronizados em minha alma, perpetuarão para sempre em meu ser. Os valores de meus amigos e das minhas amigas.
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Como vou esquecer de Toloi, João Dias, Matias, João Evangelista, João Maria, Eduardo, Dalla Costa, Edmervan, Edmilson, Orlando, José Luis, Choquinho, Tininha, Damaris, Dagmar, Orlete, Betona, Edilucia, Edileusa, Candinha, Tânia, Ana, Fernanda, Célia, Isabelzinha, Célia Kanô, Gracinha, Eustáquia, Janina. Dos dois, que juntos comigo formamos o trio estadual: Roberto Urbano e Marcos Oliboni. Como não lembrar de Claudinho, Gesner, Robertão, Marcos pelissari, Soninha Pasiani, Sueli, Sony, Solange e Airton Pétris, Cidinha e Carlito e de tantos outros que lembro com saudade e carinho. Meu Deus, como é bom lembrar, tirar do refolho da alma esses momentos de mais puro prazer. Zoiro, Ademir, Calejas, o saudoso Nivaldo, Edmar Basso, os bacons, os Comar. Como não me lembrar do cara que achou minha letra grande? Não é mesmo José Paula? Nominar a todos é impossível, pois são tantos a povoar nossos sonhos, nosso baú de recordação, que nos perdemos no mar de nomes e rostos a bailar em nosso imaginário, e que ficam empanados nas lágrimas vertidas, pela saudade.
Saí de Cianorte em 1970 e vim correr mundo. Casei, divorciei, tenho 4 filhos. Sou formado em Engenharia de Sistemas, Administração e Bioterapia. Pós-graduado em Informática. Professor, palestrante e escritor. Moro atualmente em Curitiba. E me sinto o mais feliz dos seres, pois sou Cianortense.
Adolfo Santos Turbay,
Filho de Albino Santos Turbay e Alice Santos Turbay

sábado, 9 de agosto de 2008

ULTIMAS FOTOS....

ELZA DONATI - HAMILTON FREITAS - DINIZ AFONSO - MARLENE - - - - - -
ADOLFO E MARINA

ANGELA FABRO - JORGE NABAN - NEURACY - ROSANGELA


FELIX E BETA



MARIA DAS GRAÇAS - CREUSA - MARIA EUSTAQUIA




TEREZINHA CODOLO - CIDINHA PARISOTTO - ESTELLA PARISOTTO





ESTER E AILITO






DIRCEU E ANTOMILDA - - - - - - - CREMILDA MOTA E ANTONIO R MOTA







HUMBERTO E ALOITI








ATOILI E MANO









BENEDITO E JANETE










LENY E ALBERTO











ROSANGELA ARAUJO












VALDECIR TESTA E VILMA ---- BETA E FLAVIO













WILMAR E VALENTIN














JOSE PAULA (hora da homenagen)















LUIZA E KELLY
















JOSE PAULA E VANDA

















VALERIA E ERIC


















MARIA ELENA E LUIZA



















MARIA E AVELINA




















ERIC - FABIO - ARILDO E MARIZA





















LUIZA (Neta Jose Paula)






















LUIZA E LORENA (Primas)























VANDA INES GAZARINI SILVA
























SILVIANO E CIDINHA LORETO (Hora da Homenagem)

























ATOILI E AILITO


























domingo, 3 de agosto de 2008

MAIS FOTOS...

AMIGOS PARA SEMPRE
MARINA TOMAROLI - JOSE PAULA - CIDINHA LORETO - ATOILI ROSSI HORA DO ALMOÇO - ORGANIZADORES
CIDINHA LORETO - JOSE PAULA


MARIA DOMINGAS (Esposa do Gesner) - JOSE PAULA


ADOLFO TURBAY - TANIA MARA - UBIRAJARA MATHIAS - CIDINHA BATISTA



ADLEY RUBIRA - MARIA DOMINGAS - GESNER MANFRIANTO




JOSE MARIA (das antenas) - VERA LUCIA - CUCA - HENRIQUE MIRANDA





BERNADETE GIUSSANI (Ex Miss-Cianorte) - IZAURA T VARELLA - CIDINHA PARIZOTTO






SUELY PETRIS - EDSON SMUDA - BERNADETE GIUSSANI - ORLETE MARIA







FELIX - NEURACY - BERNADETE - ESTELLA PARISOTTO









SUELY PETRIS - EDSON SMUDA - BERNADETE - ORLETE MARIA








sábado, 2 de agosto de 2008

A VERDADEIRA HISTORIA DO REENCONTRO

JUAN VIEIRA - SILVIANO T CAMARA - CIDINHA LORETO CAMARA - CATIA BONINI - TATIANNY L CAMARA - CARMEN LUCIA URBANO - RENATA L CAMARA

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO REENCONTRO

Amigos, vários de vocês me perguntaram a verdadeira razão deste nosso encontro. Para alguns eu falei, para outros não, pois o tempo não me permitiu dividir com vocês essa história fantástica de amor e perseverança...então, farei um breve relato!


Cianorte, década de 60.
Enquanto nos reuníamos para ir a bailes, cinema, missa...vocês lembram? Todos os domingos íamos à missa das nove, depois, todos juntos, caminhávamos até o Cine Cianorte, e de lá, cada um ia para sua casa....
Meu Deus!!!! Que saudades!!!!!
De longe, um garoto nos observava.
José Paula Silva.
Devido sua timidez, não se aproximava de nós.
Seu desejo???
Ser nosso amigo....
Sabia o nome de todos...
Sempre nos observando!!!!
Com o passar dos anos, nos separamos...
Cada um seguiu seu caminho... poucos ficaram em Cianorte...

Maringá, década de 2000 - José Paula Silva
Um senhor casado, avô, funcionário da Caixa Econômica...tinha o desejo de reencontrar aquelas pessoas que tanto as queria como amigos...
Através da internet, ele havia encontrado: Janina Gwadera, Marina Tomaroli e as irmãs Fabro (Nana e Ângela).
Então resolveram marcar um encontro.
Seria em Curitiba, dia 12 de Janeiro de 2007.


Curitiba, 2007 – Cidinha Loreto.
Agosto de 2007, minha filha Renata (fotógrafa), fez um Orkut para mim...
Colocou fotos, adicionou amigos (a maioria amigos dela...rsrsrsrs), parentes...e fez o meu perfil.
Timidamente, comecei a mexer no mesmo.
Em Outubro de 2007, senti então uma necessidade enorme de mudar o meu nome (Orkut)de Cidinha Câmara (casada) para Cidinha Loreto (solteira).
Naquela mesma semana, duas pessoas me encontraram. Cátia Bononi e José Paula Silva.
Aceitei Cátia imediatamente...
José Paula, esse eu não me recordava. Pesquisei e descobri que tínhamos amigos em comum (lógico... amigos da época de Cianorte). Aceitei-o.
Em seguida, José Paula mandou um scrap me convidando para ajudá-lo a encontrar nossos amigos, e falou sobre o desejo do reencontro... aceitei a idéia imediatamente!!!
Tínhamos que agir rapidamente, pois a festa seria em Janeiro!!!
Descobri ter uma memória notável!!!!
Lembrei-me de pessoas que até então nunca mais havia encontrado....
De um a um fomos encontrando... graças ao google
conseguimos localizar aproximadamente trinta amigos...
Eu e José Paula, conversávamos todos os dias...aos poucos, íamos nos tornando grandes amigos.
Ainda não nos conhecíamos pessoalmente.

Janeiro de 2008.
Sábado, dia 12 de Janeiro, às seis horas da manhã fui buscar José Paula e Atoili Rossi na rodoviária.
Reconheci Atoili imediatamente...
José Paula...ainda não conseguia me lembrar!!!!
Fiz um churrasquinho em minha casa e o convidei para almoçar com minha família.
José Paula e meu marido, tornaram-se amigos...e logo depois, contou a sua história, que nos emocionou.
Então, naquele momento senti que Deus havia me colocado na vida do Zé (hoje eu o chamo assim...).
Eu tinha uma missão...seria a ponte que o levaria do SONHO À REALIDADE.
O reencontro tinha sido marcado com amigos e agregados, num total de quarenta e sete pessoas. Fomos a uma churrascaria e depois a uma casa de show onde dançamos até as cinco da manhã....
Então decidimos....o próximo seria em Cianorte, no dia do seu aniversário.
Tínhamos seis meses...teríamos que encontrar novos amigos...
Eu e o Zé Paula nos dedicamos, demos de nós o que de melhor temos, o nosso amor. Tivemos ajuda de pessoas fantásticas que foram fundamentais para a concretização do reencontro.
O nosso reencontro deveria ser perfeito...e sem sombra de dúvida, foi o maior SUCESSO!!!!!
Ao mesmo tempo em que eu colocaria o Zé nos corações de nossos amigos, também sabia, que amigos que tanto amei, e que hoje posso dizer que tanto os amos, estariam ali, do meu lado!!!!
Colegas e conhecidos da época, tornaram-se meus amigos...pessoas que carregarei dentro do meu coração por toda a minha vida!!!!
Confesso a vocês que me sinto FELIZ E REALIZADA... COM A MINHA MISSÃO CUMPRIDA!!!!

Essa é a nossa história.
A verdadeira HISTÓRIA do REENCONTRO.
Hoje afirmo, que mais do que meu amigo, José Paula é, e sempre será meu AMIGO-IRMÃO.
Te amo Zé, prá toda vida!!!!!
Um grande beijo a todos!!!!
Amo vocês...
Cidinha Loreto Câmara.

'Embora ninguém possa voltar atrás e
fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e
fazer um novo fim'

Um abraço.
Cidinha Loreto Camara.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

MAIS FOTOS...

EUNICE - TEREZA BATISTA - GILCE BRENNER - ANGELICA TURBAY


AURY - MANO - SAMANTA - WILDER - CATIA - ROSANGELA - NEURACY - ANGELA FABRO - ANA LUZIA - EDILUCIA E CIDINHA LORETO


DINIZ AFONSO - ELIZABETH FRENEDA - WILMAR - CARLITO E ADEMIR GOMES



MARINA TOMAROLI - LINO VARELLA - IZAURA T VARELLA




LUCIA ESPERANÇA - TONINHO ESPERANÇA





DNA VIRGINIA - SIMONE - MARQUINHOS - CARLITO E ANGELA FABRO






SUZETE - ROSILENE - IDEVAL - NELSON BRAVO - ADLEY RUBIRA







ARILDO E MARIZA








JUAN VIEIRA - SILVIANO T CAMARA - CIDINHA L CAMARA - CATIA BONINI - TATIANNY L CAMARA - CARMEN LUCIA URBANO - RENATA L CAMARA









BETA E FLAVIO GIUSSANI










MARIA EUSTAQUIA - CREUSA OLIVEIRA - MARIA DAS GRAÇAS - GUSTAVO











EDSON SMUDA - JOSE ROSA - DAGMAR - BETA - ORLETE












OSVALDO SANTIAGO - DAISY - ALOITI E HUMBERTO













ILDA DE SOUZA - ADEMIR - EUSA E JOSE PAULA














CREMILDA A MOTA (Ex primeira Dama) - ANTONIO RODRIGUES MOTA (Ex Prefeito) - E AIRTON PETRIS















CIDINHA LORETO - JOSE PAULA E GESNER MANFRINATO
















AURY - MANO - SAMANTA - WILDER - CATIA - ROSANGELA - NEURACY - ANGELA - ANA LUZIA - EDILUCIA E CIDINHA LORETO

















AURY - EDILUCIA - TANIA MARCIA - WILDER - CIDINHA PARISOTTO


















AURY - SAMANTA - WILDER - ROSANGELA - MANO








































VALENTIN - CARLITO - JOSE PAULA - MARINA TOMAROLI - CIDINHA LORETO





















FELIX - JOSE PAULA - MARINA - CIDINHA LORETO






















MARIA E AVELINO























MOACIR E LUCIA
























VANDA (Esposa Jose Paula) - FABIO (filho Jose Paula) - KELLY CRISTINA (Nora Jose Paula)

























MARIA ELENA (Nora Jose Paula) - VALERIA (Sobrinha Jose Paula)


























ARILDO (sobrinho Jose Paula) - PIERRE (filho Jose Paula) - ERIC (sobrinho Jose Paula) - FABIO (filho Jose Paula)



























MARIA IVONE DE LIMA




























SUELY - ALOITI - BETA