segunda-feira, 27 de outubro de 2008
DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"
MEMÓRIAS ALEGRES
Eunice Marina Tomaroli Linarth
Havia acabado de chegar de Cambé, cidade onde nasci, em 18 de julho de 1952, última de uma família de quatro irmãos. Tinha eu, mal completado 08
anos de idade. Saí de uma cidade também pioneira no norte do Paraná,
entretanto, mais avançada em infra-estrutura e passei a morar em Cianorte,
onde não havia luz elétrica e nem asfalto nas ruas. Embora houvesse água
encanada em minha casa, esta vinha de profundos poços artesianos, pois a
região arenosa influenciava na profundidade do lençol freático, aprofundando
-o. Os poços caseiros forneciam água a partir de 45 metros de profundidade, o que demandava muito esforço em retirar a sua água trazida por baldes
amarrados em cordas e puxados à superfície por manivelas manuais.
Criança ainda, adorava a areia que se enfiava pelos meus pés; andava
descalça e brincava muito nas ruas ainda tão serenas e prazeirosas, onde
nossas mães punham as cadeiras nas calçadas no anoitecer para
conversarem, pois graças a Deus não havia novelas e nem televisão naquele
tempo.
Minhas grandes companheiras de infância foram minhas primas: a Nenê
(Cidinha Parisoto) e a Nair Moretto. Mas, também brincava com meus primos
Nivaldo Moretto e Claudio Parisoto. Com estas minhas primas eu brincava
por longas horas todos os dias, quase sempre em minha casa que ficava
localizada na rua da Constituição, bem em frente ao antigo prédio da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
Gostava de brincar de rainha e pegava os vestidos melhores da minha irmã Izaura, guardados com carinho, para vestí-los nestas brincadeiras. As barras saiam arrastando pelo chão e juntamente, com minhas primas enfeitava-nos de colares e guirlandas na cabeça. Éramos rainhas, princesas em nossos sonhos de criança e em nosso mundo de fantasias éramos felizes
Minha irmã Izaura sempre foi meu modelo. Pessoa idônea, inteligente e de um coração de ouro em que até hoje me espelho.
Frequentava a escola e como filha de uma família católica minha mãe me
matriculou no Colégio Nossa Senhora do Rosário, que ficava numa velha
casa de madeira atrás do bosque da Igreja Matriz. As freiras impiedosas, não
perdoavam nenhuma falta e cansei de escrever umas mil vezes: “Não devo
conversar na aula”, e nem era tão tagarela assim...
Quando terminei o curso primário era necessário fazer a prova de Admissão
ao Ginásio Estadual de Cianorte, e como em Cianorte não tinha, fui para
Terra Boa prestar o exame e uma galera entrou no ônibus rumo à aventura de viajar 20 kilômetros por estradas de terra. No intervalo das provas, brincava de formar duas filas: uma de meninas e outra de meninos,
de costas, paralelas uma à outra. Jogava a mão para trás e apontava,
aleatoriamente, para um menino, e para onde apontasse a minha mão, ele tinha que me dar um beijo, no rosto, é claro...(sem que os professores vissem, é claro também...)
Sem dúvida, foi a melhor época de minha vida, com exceção da professora de Matemática Elmi Fachetti que não entendeu as minhas notas baixas na matéria e acabou me reprovando. Em compensação amava a professora de
Francês D. Lúcia Passerino, elegante e doce pessoa.
Novas amigas fui agregando ao meu círculo: a Ilda de Souza e a Edna, filha
da D. Juvir Corrêa de Castilho, que mantinha um coral, no qual eu cantava
maviosamente. Otília Montoro e Janina Gwadera, amigas inseparáveis.
Que saudades dos bailes do Cianorte Clube quando ainda era um casarão de madeira, mas que eu ia segurando vela para minha irmã Izaura que namorava o Lino Varella. Com ansiedade ficava esperando o Zinaldo me tirar para dançar, mas não perdia os olhos dos meninos bonitos do baile, o Zoiro Pascotto, o Calejjas e o Zezinho Lemos, que quase nunca dançavam e ficavam bebendo no bar. E curtindo atavicamente as presas...
Meu amigo muito especial era o José Paula. Magrinho e meio tímido, sempre me acompanhava e só depois de 40 anos passados, é que fui descobrir os sentimentos maravilhosos que tinha por mim naquela época (mas sempre é tempo de falar, de contar...)
Cianorte era envolvida por matas virgens com muita umidade proporcionada
pelas árvores frondosas e abundantes; as estações eram bem definidas e
toda vez que vejo o outono chegar sinto em minha alma as fragrâncias de
minha adolescência.Vem à minha lembrança o velho Cine Cianorte, palco de
encontro fortuitos e sempre esperando que meu amado se sentasse ao meu
lado e na penumbra, enlaçasse as minhas mãos nas suas. O coração então
disparava, a respiração ficava ofegante e sentia uma felicidade tão grande,
impossível de mensuração. Mas a felicidade sempre durava pouco, pois o
meu irmão de criação, o Chico, que minha mãe encontrou abandonado nos
caixotes das Casas Pernambucanas me espionava e corria contar para minha mãe que me dava uma semana de castigo.
Na terceira série ginasial fui tansferida para o Colégio Cianortense, colégio de confissão luterana e nos cultos no salão de festa liderado pelo pastor,
o melhor mesmo era o reflão que cantávamos “Bom, bom, bom”. Meu
namoradinho era o Rui Reis Neto que no final do ano mudou-se para São
Paulo e nunca me escreveu cartas, as quais espero até hoje, pois foi uma
promessa que me fez...
Na quarta série voltei estudar no Ginásio Estadual e o reencontro com a turma antiga foi maravilhoso. Formamos time de volley, tocava tambor na
fanfarra, havia tardes dançantes, bailes, cinemas, paquera e no final, outro
namorado: Elcio Luis Romão. Ele mudou-se para o estado de São Paulo,
minha família mudou de Cianorte e este amor efêmero também murchou e lá
fui eu, embora para sempre de Cianorte; a cidade que mais gostei em minha
vida.
Estudei em Maringá, em Apucarana e finalmente em Curitiba, onde cursei a
faculdade de Biologia, na Universidade Estadual do Paraná. Fui professora 15 anos e em 1971 conheci Roberto José Linarth, estudante de Medicina e um gentleman que me conquistou com uma dúzia de rosas, e que seria meu marido por 27 anos. Quando terminou a residência em patologia mudamos
para Umuarama, cidade onde moramos até o ano de 2004, quando ele faleceu, deixando-me viúva. Também cursei Psicologia Clínica e exerci a profissão por 14 anos. No momento sou artista plástica e encontro na arte grande significado para minha vida. Tenho dois filhos: Ana Letícia, médica e o Andre Guilherme, engenheiro de computação, fazendo doutorado na Alemanha, casado, que me deu um lindo neto em 05 de dezembro de 2007, o Leonardo.
Apesar dos entraves, encontros e desencontros da vida,posso me considerar
uma mulher feliz e bem relacionada. Apesar da veleidade do tempo ainda conservo em minha alma a saudade de uma época em que a ingenuidade, a
pureza da alma e os amigos fiéis ainda prevalecem como valores morais insubstituíveis.
DO LIVRO 'AMIGOS PARA SEMPRE"
JANINA GWADERA BOBRZYK
-“Zé, espera! Não edita ainda o livro, espera por mim! Há pouco resolvi, num ímpeto, que também vou rabiscar algumas linhas sobre as minhas lembranças de Cianorte... que são tantas, aliás!... Do tempo do Ginásio... e de antes ainda! Posso?
Eu sou a Janina Gwadera, a Nina, aquela que morava na Avenida Maranhão, 709, a filha do meio do Seu João e da dona Maria, aqueles poloneses que costumavam jogar xadrez em casa, irmã da Cristina e da Irene, lembra?
Morava abaixo da linha férrea, em frente à esplanada – aquele morro enorme onde até avião já pousou num terrível dia de chuva, há muuuuuitos anos atrás, bem antes ainda de eu ir para o ginásio; cujas ruas eram tão esburacadas que o destino da maioria dos jipes era cair neles e daí serem tirados pelo auxílio de caminhões carregados de toras (como se desmatava naquele tempo!) e, sabe Zé... me lembro que um dia bem na frente da minha casa
num destes buracos caiu um caminhão e de suas portas escancaradas uma montanha de goiabadas saborosas, tão
certinhas, quadradinhas , caíram para fora para alegria do povo da Vila Operária! Eu também corri até lá, fiz da saia do vestido um avental e saí feliz carregando algumas mas o Seu João me fez devolvê-las imediatamente! -“Isto tem dono! Não se deve tirar nada de ninguém!”
Zé... acho que fui a única criança da Vila a não comer goiabada naquele dia!
Naquela avenida eu cresci ladeada pelos filhos do Seu Miguel Novaes Sena, sua mulher, a dona Bela (que aprendeu a tabuada cantada na Bahia), e seus filhos João, Izaura, Izauri, Jackson, Jaime, Di e a Dulce que era a sobrinha criada no Rio de Janeiro. Foi com elas ainda crianças que aprendi histórias de assombração
e também a fazer bandeirinhas coloridas e assar batatas nas enormes fogueiras cuidadosamente preparadas durante todo o dia para comemorar a noite de São João após dias de novena rezada na sala deles diante de tantos santos, mas, lembro-me bem, os que mais se destacavam eram Santo Antonio e São Cristóvão. Só corria dos busca-pés, soltados pelo Jackson que era o terror da vizinhança. Foi ali que aprendi a escutar as histórias da ex-escrava vó Pida que tinha um papagaio que cantava o Hino Nacional e a gostar do som dos tambores que tocavam atrás da cerca da minha casa, invocando todos os Orixás.
Foi na Avenida Maranhão que vi os primeiros postes de luz surgirem repentinamente e trazer uma claridade maravilhosa para todos aqueles que já gostavam de sentar-se à luz do luar na frente de suas casas. Foi ali, nesta mesma avenida que aprendi a andar de bicicleta com a amiguinha Fátima Virgínia Manfrinato, a primeira criança nascida em Cianorte. Pobres joelhos! Pobres cotovelos!.
Foi dali que saí para estudar na Escola Itacilina Bittencourt...e ah, foi dali também que saí para descobrir o que seria aquele prédio que estavam construindo na frente da Igreja Matriz: - “Rádio? E como vai entrar todo o mundo ali dentro?” O milagre da comunicação chegava a nossa cidade através das mãos do seu Salvador Garcia, o seu proprietário.
Rádio Porta Voz de Cianorte! Programa Cinderela Infantil! Cantei lá durante anos... Puxa! Comecei com “Quero beijar-te as mãos” de Anísio Silva e cheguei até a repartir o trono com sumidades como
Catarina Mafra Maia! Lembra-se, Zé, da música : -“Fiiiiiiiilme triste!” Meu-bro-to-me-a-vi-sou-quia-es-tu-dar... Ai, ai, ai, ai...!”
Primeiro lugar! Primeiro lugar! Aplausos! Trono, sodinha Gold Scrim, tinteiro para caneta Piloto e ingresso para assistir filme do Oscarito e Grande Otelo ou Zorro! Sonho de consumo!
Foi morando ali, Zé, que me tornei atriz de teatro, ainda que por curto espaço de tempo. Fui a Branca de Neve de uma linda peça teatral que foi ensaiada durante meses para ser apresentada para todas as escolas da cidade e interior, lá no Cine Cianorte (onde cabiam 1200 crianças sentadas e mais umas 500 pelos amplos corredores). Adorei este papel, principalmente a parte que a Branca de Neve canta e brinca na floresta com os seus amiguinhos, os pequenos animais. Era tão criança que nem me preocupava com o beijo do príncipe! E nem a Fátima (não é a mesma Fátima da bicicleta) me assustava no papel da madrasta malvada quando dava aquela gargalhada que ecoava pelo cinema inteiro mostrando todo o rancor que nutria pela enteada na disputa dela pelo coração do rei.
No fim, fiz o admissão (você se lembra o que era?) e entrei no Ginásio! Viva!
Matérias de monte e professores idem! Tudo separadinho! O guarda-pó branco foi aposentado e o uniforme agora era saia pregueada azul- marinho, blusa branca, meias e sapatos pretos. Estudava francês com a professora Lúcia Passerino, matemática com a professora Helmi Fachetti que nos ensinava álgebra somando o xix com o ípsilon e Geografia com o Albino Turbay. Lindo ele! Mais uma: era obrigatório o uso de caneta!
No intervalo das aulas a gente comia coxinha de mandioca com carne e molho de pimenta que a dona do bar fazia para nossa alegria. Quando o sino tocava a gente formava fila na frente da ampla área de entrada, de madeira já gasta pelo corre-corre dos adolescentes cheios de energia e hormônios para botar pra fora. Tábuas quebradas ou insistentemente remendadas eram o que nos separava do pátio e das salas de aula e era ali que acontecia toda a vida social da Escola. Cantávamos hinos que hoje as crianças não conhecem mais: Hino à Independência, Hino à Bandeira, Hino à América, até o Hino à Árvore que, aliás até hoje eu canto com
os olhos marejados e a voz embargada pela emoção quando
comemoramos o seu dia: - “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore.... Se um dia ao voltarmos... Pedindo-lhe abrigo...Ou flores, ou frutos, ou sombra dará...”
Deus, que saudades do meu Ginásio!
Zé, eu ia esquecer a fanfarra, lembra-se dela? Você se lembra daquelas imponentes zabumbas abrindo os desfiles da cidade? Lá
atrás estava eu tocando repique: -“Dig, dig, dig...Digdig,dig,dig...”. Lembra-se do grande maestro Adilson Motta que com seu assobio mágico mudava os toques da banda e ainda dava acordes para
que os instrumentos de sopro tocassem “Maria Bonita” e”Cisne Branco”? Era a fanfarra mais importante de toda a região, ganhava todos os concursos!
E os Jogos Abertos da Primavera? Zé, quantas medalhas para a nossa Escola, para os nossos heróis, para o nosso Ginásio, que àquelas alturas já tinha se transformado em Colégio Estadual de Cianorte com a inclusão do 1º ano do Científico no período noturno. E, novamente Zé, eu estava lá (e você também, né?) para fazermos parte da histórica primeira turma noturna. Foi nesta época que percebemos quão inteligente era o nosso amigo Jorge Arouca, uma humilde sumidade saída do interior e pronta pra desbravar a sabedoria dos livros... ele só tirava 100, né? E tinha uma caligrafia tão linda...! O diretor era o professor Caio Mário Moreira, amigo sincero e companheiro solidário de todos os jovens do nosso Ginásio, que tinha vindo lá da cidade de Mariana com sua família para daí para frente fazer parte dioturnamente das nossas vidas. Me lembro ainda de um pequeno detalhe: ele fazia aniversário no
dia 03 de outubro, sabia disto?
Zé, são tantas as coisas que tenho pra escrever do meu tempo de ginásio, que talvez seja melhor que eu não busque mais nada nas
minhas lembranças. Teria que escrever da Maria Eustáquia e da Gracinha, minhas grandes amigas do início da adolescência, da Ilda de Souza que tocava violão com aquelas unhas compridas
e cantava um soprano sem desafinar uma única nota ; da Aída
e Arlete que, com a Ilda e comigo fizeram parte da primeira banda feminina do Colégio Estadual de Cianorte: “Assassinas do Ritmo”, olha o nome! Que aliás, pegou fácil! Fizemos uma mágica apresentação num baile onde arrecadamos dinheiro para a nossa formatura da Escola. Novamente, sucesso absoluto e um
bom dinheirinho para o nosso caixa.
A minha vida em Cianorte me preparou para o mundo. Todas
as coisas boas da minha infância e adolescência eu devo aos inúmeros amigos que, sendo da minha ou de mais idade, por ela passaram. Os amigos até hoje estão comigo, embora eu já esteja há tantos anos longe de lá. Que saudades, Zé de todas as pessoas
com as quais dividi minha infância, meu despontar para a vida e
minhas primeiras paixões. Que saudades de olhar lá atrás e ver o
Adolfo entrando naquele ginásio pela primeira vez e pensar “ - Que menino bonito! Tão limpinho!” e toda vez que olhar pra ele sentir o coração bater mais forte! Foi a minha primeira paixão platônica! Ah, Zé, este coração bateu muitas vezes assim ainda porque todo o dia era um novo dia na minha vida e uma nova história acontecia.
Vieram os bailes que eram abrilhantados pelas bandas que naquele tempo se chamavam conjuntos musicais, os cabelos dos garotos cresceram na mesma proporção que as garotas usavam laquê para fixar os fios mais rebeldes (afinal aquelas obras de arte levavam horas de empenho das cabeleireiras da cidade para durarem somente uma noite...). Dançávamos Billy Voughn, Renato e Seus Blue Caps, Roberto Carlos e, claro “ Do You Wanna Dance” de Johnny Rivers. Dançávamos de rosto colado (às vezes também suado) Bee Gees e dedilhávamos “A Casa do Sol Nascente” no violão no período pré-cordas de nylon (quanto calo, quanta ferida na ponta dos dedos)! Os meninos vinham nos tirar para dançar com as camisas pra dentro das calças (quanta elegância!) e nós não dávamos carão em ninguém... também não era bonito na época! Éramos da geração da cuba-libre com bastante gelo e, para estar na moda, aprendemos a fumar dando aquelas baforadas de fumaça produzida por cigarro da época (Como sofri para deixar de fumar!)!
Nós, as moças, desfilávamos para as Casas Pernambucanas orientadas pelo grande conhecedor de moda Wilson Bianchi, também professor do Ginásio, e aprendemos a andar de salto alto com a Meri Chueiri que nos fazia andar dezenas de vezes para um lado e para outro com um livro pesado na cabeça até acertar o passo, a postura e até o olhar que era fortemente marcado pelos cílios postiços usados na época. O mais difícil era fazer a voltinha que exigia muita concentração mas as modelos de outrora não ficavam pra trás das melhores modelos dos tempos atuais.
Zé, a nossa formatura foi linda, não foi? Eu me formei duas vezes porque terminei o Científico e a Escola Normal no mesmo ano. Estava cheia de saúde, alegria e, ao olhar as fotos deste tempo confirmo que irradiava a maior felicidade do mundo. Infelizmente, rapidamente após a formatura nos separamos porque tínhamos que correr atrás de trabalho, de oportunidades, de objetivos, de futuro, porque afinal não tínhamos muito e por isto mesmo, urgia que conseguíssemos conquistar tudo na vida, e com a brevidade que a juventude nos permitia e as oportunidades ante nós surgiam.
Fui estudar em Mandaguari, no curso de matemática, onde fiquei um ano e meio. Em 1972 fui para a Polônia fazer curso de língua polonesa e posteriormente o curso de medicina que era um dos meus maiores sonhos na infância. O exemplo, de onde veio? Ora, ora... Do dr. Ramon, médico da família, um exemplo de pessoa na nossa comunidade e na minha infância. Anos depois, tornamo-nos colegas no Hospital e Maternidade São Paulo onde trabalhei até 1985 quando então, junto com meu marido, também médico, e meus filhos Cecílio Jr e Adriano, viemos morar nesta pequena cidade do Rio Grande do Sul, de colonização polonesa, que me recebeu com carinho tão grande que até hoje aqui fiquei e pra onde eu trouxe para viver comigo os meus pais, o Seu João e a dona Wladislawa, que então assumiu seu nome verdadeiro (aqui todos
os nomes são complicados)! Meus valores ficaram mais ainda enriquecidos quando, já em terras gaúchas, ajudei a minha filha Karin Letícia a vir ao mundo e, que um dia, também como eu, tenho certeza escreverá a história da sua infância, do seu ginásio e dos seus amigos de outrora;
Zé, enfim era isto o que eu queria escrever! Escrevi rápido... as lembranças vieram e ficaram. Se não conseguir editar, não tem importância! Fico feliz por ter conseguido arrancar do meu peito
135
estes maravilhosos momentos do meu tempo de Ginásio, e nestas recordações quero que você saiba meu amigo, tenho um lugar especial guardadinho pra você e pra todos que estão promovendo este grandioso encontro no próximo julho de 2008, lá naquele enorme palco de toda a nossa vida pregressa, a belíssima Cianorte, e de cuja peça teatral somos todos atores muito importantes.
Abraços carinhosos para todos que passaram pela minha vida!
Amo todos vocês!
Janina
Guarani das Missões, RS, 14 de junho de 2008.
Assinar:
Postagens (Atom)