segunda-feira, 7 de julho de 2008

MARIA APARECIDA PARISOTTO LUCAS


TRECHOS DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE"

Da minha trajetória por Cianorte tenho grandes lembranças...
O parquinho perto da Igreja Matriz, aonde ia livremente brincar com meus amiguinhos e primos e que, em muitos dias, recordo-me dos banhos de chuva, das corridas nas enxurradas de água vermelha, dos banhos de bica na prainha, dos piqueniques aos domingos na barranca do rio Ligeiro e demais rios da redondeza, regados a guaraná “gold-scrin”, grapettes, “crush”,
cerejinha e tubaína; do pão feito em casa para os sanduíches de mortadela e dos sonhos de creme amarelo do Colégio das Freiras. Lembro-me daquele doceiro que ficava na porta do colégio, na hora do recreio, para vender quebra queixo, martelinho (doce cor de rosa, que nunca mais vi em lugar algum), picolé de groselha redondo e casquinha de biju torradinha de cheiro muito peculiar. 163
Da Escola Evangélica lembro-me das histórias contadas no auditório, naquele painel de feltro verde com aquelas figuras ilustrativas, que se moviam pelas mãos ágeis de Miss Karol e me levavam para um universo de imaginações e fantasias; das filas com a mão no ombro do amiguinho para manter distância, em absoluta disciplina, para cantar o Hino Nacional e o Hino à Bandeira; dos desfiles de 7 de Setembro; das quermesses, com aqueles leilões que eram oferecidos pernil de porco, frango assado com recheio de miúdos na farofa, bolos caseiro e aquele som gostoso do leiloeiro:
-Quem dá mais?...Dou-lhe uma...Dou-lhe duas...
Das festas juninas me recordo do dia 23 de junho de 1969, quando houve festa na casa da Cidinha Loreto. Loucamente, andei descalça sobre as brasas incandescentes da fogueira, incentivada pelo meu pai. O mais interessante foi que realmente não queimei meus pés.
Que dias maravilhosos!!!
Época das brincadeiras dançantes no Grêmio, no Clube Português, no Clube G.E.M.A e no Clube Japonês. Quanto à missa aos domingos: esperávamos ansiosamente seu final para, como numa procissão, irmos (meus amigos e eu) à Socimara Discos e em seguida encontrar outros amigos na praça. Assim era o ritual de todos os domingos. Claro que as matinês no Cine Cianorte eram imperdíveis: Tarzan, Mazaropi e “bang bang” americano, que fazia a molecada pular na cadeira enlouquecendo o pobre do lanterninha.
Um pecado que eu cometia era pegar o fusca do meu pai escondido, lotar o carro com a galera e fazer cavalinho de pau na esplanada, que loucura!!!
As competições esportivas, sempre organizadas pelo professor Albino Turbay, no Ginásio Cianortense, no Colégio Estadual de Cianorte, no La Salle e os jogos da primavera, sem deixar de lembrar das fantásticas gincanas. Como eram bons, também, os badalados bailes no Cianorte Clube e as encantadoras serenatas.
Nas televisões (preto e branco), colocávamos papel celofane nas telas para que as imagens ficassem coloridas, mas ficavam apenas verdes e achávamos isso o máximo! Meu confidente era um pé de mamona( meu amigo, inspirada no livro “Meu Pé de Laranja Lima”), que ficava no fundo do quintal do Mercadinho Caçula, que era dos meus pais Erasmo Parisotto e Zunilde Moretto Parisotto, onde vivíamos juntos com meu irmão José claudio Parisotto. Quantas vezes compartilhei com este amigo histórias de uma paquera, um flerte ou uma paixão confusa e secreta.

Um comentário:

Cidinha Loreto disse...

Amiga...me lembro desta festa junina como se fosse hoje!!!
E eu sou testemunha...vc caminhou em cima das brasas e nada, absolutamente nada te aconteceu...que poder nesta mente linda, hem?????
Zilhões de bjs...