domingo, 25 de outubro de 2009

MUSICAS DO CINE CIANORTE - LA PALOMA

MUSICAS DO CINE CIANORTE - NA FRONTEIRA DO MEXICO

MUSICAS DO CINE CIANORTE - SUCO SUCO

MUSICAS DO CINE CIANORTE - WHEELS

MUSICAS DO CINE CIANORTE - BAT MASTERSON

MUSICAS DO CINE CIANORTE - CAVALHEIROS DO CEU

MUSICAS DO CINE CIANORTE - MOENDO CAFE

LIVRO DE RECORDAÇÕES - "AMIGOS PARA SEMPRE"

AOS AMIGOS DE CIANORTE QUE NÃO PUDERAM ADQUIRIR O EXEMPLAR DO LIVRO "AMIGOS PARA SEMPRE", PUBLICAMOS NESTE BLOG TODOS OS RELATOS DOS PARTICIPANTE DE ACORDO COM O INDICE.

COLABORADORES

C o l a bo r a d o r e s




Idéia e criação
Maria Aparecida Parisotto Lucas







Desenhos de Fundo e Capa
Felix Antonio Lucas







Adaptação
Maria Aparecida Loreto Camara







Coleta e Montagem
Jose Paula Silva

INDICES

AMIGOS PARA SEMPRE


Desenhos de Cianorte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 001
Colaboradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .003
Indices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 005
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 007
Cartinha para os Amigos de Cianorte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 011
Tributo ao Orkut – Nasce um Reencontro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .013
Adolfo Santos Turbay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 015
Ailito Rossi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 023
Ana Luzia Teixeira Fabro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 027
Angela Maria Teixeira Fabro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 035
Atoili rossi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 043
Avelino Gonçalves Rosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 049
Carlos Roberto Loreto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 057
Catarina M. B. Bonini Pariz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 065
Diniz Afonso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 071
Edilúcia Brumental de Abreu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 081
Eunice de Oliveira Souza Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 087
Eunice Marina Tomaroli Linarth . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .093
Felix antonio Lucas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Hamilton Freitas Ecks . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Ideval Inácio de Paula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Janina Gwadera Bobrzyk . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
João Ernesto Teixeira Fabro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
Jose Paula Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Maria Aparecida Loreto Camara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .157
Maria Aparecida Parisotto Lucas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
Maria das Graças Bezerra Landucci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 175
Maria Dorli Bolognesi Basso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
Maria Eustáquia do Amaral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 Maria Ivone de Lima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
Moacir do Carmo Faria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
Orlete Maria Pompeu de Toledo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Paulo dos Santos Esturilho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227
Tânia Márcia Destito Francischini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231
Ubirajara Mathias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237
Zilda dos Santos Scrocaro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
Para o Livro Amigos para Sempre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 251

PREFACIO

PREFÁCIO

Eu sempre escrevi por mim mesmo. Sempre traduzi o que sinto em minha alma, em meu ser. Mas, hoje, aqui neste espaço tão nosso, quero escrever o que todos nós estamos sentindo. Quero traduzir a emoção e o anseio de cada um. Quero mostrar como é arrepiante sentir a saudade daqueles que já se foram, mas também como é deliciante participar com todos que ainda navegam neste mundo, nesta vida bela, neste sublime prazer que é sentir a presença de um amigo, de uma amiga.
são nessas páginas, escritas com carinho e com emoção, sem a preensão de sermos ou não escritores, mas com a preocupação de transmitir todo o nosso sentimento, que com imensa alegria aqui estamos. Cada página, cada relato, da forma que veio, do jeito que se quis expressar, trouxe em seu bojo um só sentimento. A saudade!
E essas páginas foram escritas com carinho, dedicação, amizade foram escritas com o ituito de participar. De dizer em alta voz: EI! EU SOU CIANORTENSE, E PERTENÇO A ESTA TURMA. E nestas páginas, todos puderam materializar o amor!
Foi necessário mais do que viver, mais do que lutar todos esses anos, para podermos compreender o que é este sentimento tão incrível, com apenas 4 letras, mas que transforma, traduz, preenche, tudo aquilo qe nossas almas sempre quiseram sentir para se transformar.
É um sentimento que nos deu a noção exata de que não existe tempo, espaço, distância e nem mesmo saudade. O que existe é apenas um interrégno, de um momento para outro, de estarmos juntos. Ontem estávamos aqui, demos uma volta e hoje, voltamos a nos encontrar. Assim. Vupt! Rápido. Ligeiro. Tudo bem que alguns esqueceram, o caminho de volta, pois foram trilhar outros caminhos de glória e paz, mas a grande maioria, esses que não conseguem ficar sem um abraço, um sorriso, uma lágrima de saudade e alegria, ah! Esses voltaram.

Só assim mesmo para percebermos realmente que o tempo e a distância não exitem. Que tudo é relativo na obra e na bondade de Deus. O tempo não passou, a distância nunca existiu, apenas a saudade é que nos fez ficar imaginando tudo isto. E aí nossos bobos corações, por causa desta louca saudade, começaram a pulsar no rítimo da união, e gritando ao mundo, clamaram: Meus amigos. Minhas amigas. Amores de minha vida. Onde vocês estão? Escrevam! Escrevam!
E o vento saiu a sussurrar e foi como uma cola, chamada amizade, ligando os corações, fazendo uma corrente de alegria, de ternura, que sem saber como, pois as belezas da vida não são palpáveis, foi sem saber porquê, pois a ternura é indecifrável, arrgimentando a todos, para, neste 26 de julho de 2008, podermos gritar em uníssono, este sentimento de tão poucas palavras, masque preenche todo o nosso corpo, todo o nosso universo interior e todo o universo criado por Deus. AMOR.

Um sorriso aflorou em nossos lábios, uma luz nasceu em nossos corações e uma paz, como há muito tempo não sentida, preencheu nossas almas, Em silêncio explodimos em nossas mentes uma só palavra: OBRIGADO! - E aí, nasceu este livro!


Adolfo Santos Turbay

sábado, 24 de outubro de 2009

CARTINHA PARA OS AMIGOS DE CIANORTE

CARTINHA PARA OS AMIGOS DE CIANORTE

Caros colegas da turma de Ginásio e também colegas de Cianorte que não eram da mesma turma, mas que também fizeram parte de minha vida.

Fico pensando em como esta história de nos reunirmos está mexendo com meu lado emocional. E pus-me a refletir numa tentativa de compreender esta revolução que se passa dentro de mim.

Ora, como não poderia mexer comigo, se a perspectiva de nos encontrarmos trás a tona lembranças da infância e juventude... umas boas, outras nem tanto... conflitos resolvidos e outros não resolvidos, amores que ficaram pelo caminho, “foras” que dei,“foras”que levei... cinemas, mãos dadas, coração disparado, bailes, expectativas objetivos, sonhos...

Passados 40 anos eis-me aqui fazendo uma tentativa de resgatar tudo o que ficou para tráz. Sabemos por onde trilhamos e o que nos espera, mesmo que inconscientemente. A contagem é indubitavelmente progressiva de uma forma e regressiva de outra. É como aquela história do trem da vida que cansou de rolar pela Internet... uns sobem no trem, outros descem, até que o trem chega a seu destino final.

Assim, fico pensando no nosso encontro e em como os olhos dos amigos pousarão em em mim e verão algumas rugas pra cá e pra lá, as pálpebras um pouco mais caídas, um incômodo panículo adiposo (recuso-me a chamar de gordura) a permear minhas entranhas esticando minha pele, aqueles fios de cabelos brancos agora disfarçados por uma boa tintura e, se me convidarem para escalar cachoeiras ou fazer rapel, terei de arrumar uma boa desculpa para não ir.

Mas, chego à conclusão de que o que realmente importa não são as marcas que consegui pelo caminho. Elas fazem parte do meu trajeto e do trajeto de cada um. O que realmente importa é a troca de afetos que poderemos realizar. É ficar feliz porque apesar dos percalços da vida ainda estamos aqui. É agradecer ao Universo pela possibilidade de trocar energias.

E, como diz Carlos Drummond de andrade:

“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está
no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta
que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a
felicidade”

Portanto...não temam...(risos)...espero encontrá-los dia 12 de janeiro

Grande e carinhoso abraço Marina Tomaroli Linarth 011

TRIBUTO AO ORKUT - NASCE UM REENCONTRO

TRIBUTO AO ORKUT - NASCE UM REENCONTRO
(Materia escrita em 06 de janeiro de 2008)


Em 1971 quando me casei, tinha apenas 21 anos de idade, ainda cursando o Científico na cidade de Cianorte... A partir daí, minha vida tomou novos rumos Logo vieram os filhos, e a necessidade de buscas de qualidade de vida, consolidando o amparo à família, foi me afastando aos poucos dos amigos, dos colegas de ginásio, da adolescência... Quarenta anos se passaram, e no decorrer dessa longa jornada minha mente viajava no espaço do tempo, em busca de nomes de colegas tão marcantes, com os quais eu mais me relacionava...

Em 2006 na internet, vi um nome: - Marina Linarth. Alguns detalhes a mais e pronto: - era Eunice Marina Tomaroli, a linda e meiga Marina que sempre me impressionava pela forma sutil, expontânea e alegre de se relacionar com os colegas Não foi difícil encontrá-la, logo descobri seu email. Tomado por uma grande alegria fiz meu primeiro contato. Desde então, planejava vê-la fisicamente, mas a distância era o grande obstáculo...

Um ano se passou. Em agosto de 2007, digitando um nome que também sempre ocupou espaço na minha memória, surpresa: - ali estava , Janina Gwadera. Tão linda e tão meiga quanto Marina. Como revê-la fisicamente? Estava mais longe ainda... Mas, o Orkut estava me proporcionando alegrias, e aos poucos me trazendo amigos e colegas da adolescência. Logo veio Maria Aparecida Parizotto, Ana Luzia Fabro, Catia Bonini...

Em outubro de 2007, interrompendo esse turbilhão de alegria que me invadia a alma tive meu primeiro dissabor: - Edemar Basso já não está mais entre nós, pouco depois outra notícia amarga: - Jorge Lourençone Arouca também não estaria (ainda não totalmente confirmada). A vontade de rever os amigos do passado era uma chama que crescia descontroladamente. Então lancei a idéia do reencontro. Houve unanimidade, mas o grupo era pequeno, cinco ou seis pessoas, precisávamos de uma data, de um local. A Janina propos 04 ou 12 de janeiro, e em comum acordo ficamos com 12 de janeiro...

A comunicação interorkut agia rapidamente, nos levando à Cidinha Loreto: - uma descoberta espetacular, figura humana indescritivel, criativa, solidária, batalhadora amicíssima, responsavel direta pela consolidação do reencontro. Em seguida, encontramos as gêmeas: Atoili e Aloiti Rossi, duas irmãs maravilhosas, duas peças que faltava para concluir nosso objetivo. Através delas chegamos a 100 convidados. Falta uma semana para o reencontro, e já temos 30 confirmações, garantindo assim o sucesso absoluto do nosso primeiro reencontro de amigos da adolescência anos 60/70 de Cianorte. Encontro marcado para 12 de janeiro de 2008, no restaurante Devons em Curitiba.
José Paula Silva

ADOLFO SANTOS TURBAY

ADOLFO SANTOS TURBAY


Era o início da década de 60. Meus pais chegaram em Cianorte trazendo na bagagem seus 14 filhos. Dentre eles, lá estava eu. Um garoto assustado, magro, cabelos loiros e olhos verde-azulados. Tinha então 9 anos.

Estudei no Colégio Evangélico, depois fiz admissão com a professora Antomilda e acabei fazendo o ginásio no Colégio La Salle. E foi ai, neste saudoso colégio, que vivi meus grandes momentos da pré-adolescência. Onde encontrei amigos que guardo até hoje no coração, na lembrança. E foram nesses anos que vivi meus grandes amores. Minha primeira namorada, meu primeiro beijo.

Os bailes no Clube Cianorte, Clube Português, Clube Japonês. As partidas memoráveis de Futebol de Salão, de Volley. As competições esportistas, vividas tanto em Cianorte como na cidade de Umuarama. Foram nessas competições que me sagrei campeão algumas vezes na modalidade do salto com vara.

Lembro, com uma saudade crescente, dos bailes nos três clubes da cidade.
Eram bailes regados a músicas suaves e dançantes, animados por orquestras, que nos embalavam os corações aos sons de canções inesquecíveis, e dos adoráveis e gostosos Cuba-libre e Hi-Fi. Quanta saudade.
Lembro, com emoção, a Lojas Vigorelli, Farmácia do senhor Daniel, do "seu" Nelson, a selaria do meu "sogro", "seu" João Gwadera. Nesta selaria tinha uma loirinha que mexia comigo, sempre que passava em frente. Falava ela: Oi, meu namorado! - E eu, vermelho de vergonha, continuava a caminhar sem coragem de olhá-la.

Lembro da Casa Matos, do Bar Cruzeiro, do Bar garotinho, Casas Buri, Casas Pernambucanas. Das lojas da família Nabhan. Da sapataria do "seu" Cavassin, do Bazar Kamei e do Armarinhos Cianorte. Lembro até mesmo do Salão da Rosa, onde as mulheres mais lindas do mundo corriam para fazer aqueles penteados enormes, regados a Laquê, que eram o meu martírio, pois quando a gente encostava o rosto, para dançar, a coceira vinha galopando, obrigando-me a tirar o rosto para coçar sem parar.É difícil não se lembrar do Cine Cianorte e do Iguaçu. Ah! Foram nesses locais que protagonizei momentos de paixão, ternura, excitação e puro amor. Como era gostoso passear pelos corredores, esperando o filme começar e olhando para ver "onde" estaria aquela com quem iria sentar.E se tivesse sorte, pegar, escondido, em suas mãos, para depois, em casa, ficar cheirando-a e sentir os deliciosos perfumes, que nos embriagavam de paixão e iniludível amor. Isto sem contar os furtivos beijos, na face, da bela garota ao nosso lado. Quantas emoções.

A chuva em Cianorte era uma alegria a parte para nós, jovens destemidos e alegres navegantes. Pois as ruas, cobertas de areia, acabavam empossando as águas, e transformavam-se em verdadeiros rios e mares nunca dantes navegados. E nos dias de sol, andar de bicicleta, por aquele areia, era um belo e gostoso desafio. Só os mais ágeis e fortes, conseguiam. E lá íamos, valentes Dons Quixotes, montados em suas Monark´s ou Caloi´s, a desafiar os moinhos transformados em areias.

Foi na A Confortável, loja de calçados que meu pai comprou do saudoso e querido senhor Donda, que vivi meus momentos de trabalhador infantil. Pois com 10 anos, já auxiliava papai e meus irmãos mais velhos, no atendimento aos fregueses. Foi nesta época que aprendi o ofício de costurar bolas de capotão (como eram chamadas as bolas de futebol), e a pregar solas de sapatos.

Ao lado da nossa Loja, tinha o Hotel Cianorte, da família Nasser, que possuia um lindo quintal, onde nós, os garotos da época, brincávamos de mocinho e bandido, futebol e pega-pega.
É muito delicioso lembrar do Tanque do Noboro, da Biquinha, do campo na esplanada, onde o time do Salaciéu, dominava absoluto, imbatível. Enquanto que o famoso e inesquecível Cafezinho, dominava no estádio principal da cidade, que hoje leva o nome de meu saudoso pai.

Como esquecer o Ginásio estadual, ao lado da casa do senhor Motta. Daquelas duas barras de ferro, que conectadas do chão à haste de madeira, numa altura de três metros, desafiavam nossos brios de atletas? Do Cianortense, que tinha a melhor cancha de futebol de salão e campo de futebol, para a prática desses esportes? E do meu querido La Salle, dos queridos professores, irmão José, Bertílio, Izidoro, Amadeu, Antônio, e dos professores Guerino Nardo, Alanir, Sato, entre outros, sem deixar de nominar meu saudoso pai, Albino Turbay, onde aprendi normas que nortearam e norteiam até hoje minha vida. Respeito, amor, carinho, fraternidade, dignidade e o prazer pelo estudo.

Esses são meus valores materiais. Valores que levarei para todo o sempre em meu coração. Mas não posso deixar de lembrar dos valores espirituais. Dos valores que entronizados em minha alma, perpetuarão para sempre em meu ser. Os valores de meus amigos e das minhas amigas.

Como vou esquecer de Toloi, João Dias, Matias, João Evangelista, João Maria, Eduardo, Dalla Costa, Edmervan, Edmilson, Orlando, José Luis, Choquinho, Tininha, Damaris, Dagmar, Orlete, Betona, Edilucia, Edileusa, Candinha, Tânia, Ana, Fernanda, Célia, Isabelzinha, Célia Kanô, Gracinha, Eustáquia, Janina. Dos dois, que juntos comigo formamos o trio estadual: Roberto Urbano e Marcos Oliboni. Como não lembrar de Claudinho, Gesner, Robertão, Marcos pelissari, Soninha Pasiani, Sueli, Sony, Solange e Airton Pétris, Cidinha e Carlito e de tantos outros que lembro com saudade e carinho. Meu Deus, como é bom lembrar, tirar do refolho da alma esses momentos de mais puro prazer. Zoiro, Ademir, Calejas, o saudoso Nivaldo, Edmar Basso, os bacons, os Comar. Como não me lembrar do cara que achou minha letra grande? Não é mesmo José Paula? Nominar a todos é impossível, pois são tantos a povoar nossos sonhos, nosso baú de recordação, que nos perdemos no mar de nomes e rostos a bailar em nosso imaginário, e que ficam empanados nas lágrimas vertidas, pela saudade.

Saí de Cianorte em 1970 e vim correr mundo. Casei, divorciei, tenho 4 filhos. Sou formado em Engenharia de Sistemas, Administração e Bioterapia. Pós-graduado em Informática. Professor, palestrante e escritor. Moro atualmente em Curitiba. E me sinto o mais feliz dos seres, pois sou Cianortense.


Adolfo Santos Turbay,
Filho de Albino Santos Turbay e Alice Santos Turbay

AILITO ROSSI

AILITO ROSSI


Ailito Luiz Antonio Rossi, médico veterinário pela Universidade Federal do
Paraná desde 1979, Bacharel em Direito pela Unipar desde 2003, nascido
em Araruna,14/03/1954, moro em Cianorte desde dezembro de 1954.

Filho de Antonio Rossi e Otília Langowski Rossi, tenho duas irmãs gemeas
nascidas em Cianorte, em setembro de 1955. Estudei na escola Evangélica
da primeira à quarta série primária. Primeira à quarta série ginasial no
Colégio Estadual de Cianorte.

Fiz o primeiro ano científico no Colégio Estadual de Cianorte, o segundo e o
terceiro ano científico no Colégio Barddal em Curitiba. Faculdade de
Medicina Veterinária na Universidade Federal do paraná, recebi o canudo em 1979.

Casei com Ester Alice Turbay Grandi em 23/12/1983, tenho três filhos: um
nascido em 14 de abril de 1985, Petrus Romanus Rossi, formado em
Medicina Veterinária pela Unipar em dezembro de 2007; outro filho, Hugo
Cezar Grandi Rossi, nascido em 09/03/1987, fazendo Educação Física na
Unipar e a filha Antharys Romany Rossi, nascida em 25/07/1989 fazendo
Hotelaria...

ANA LUZIA TEIXEIRA FABRO

ANA LUZIA TEIXEIRA FABRO

Quando soube da idéia de fazermos um depoimento, para marcar nosso segundo reencontro em Cianorte, achei ótima, mas depois, confesso que relutei pois achava que não teria nada de interessante a relatar.

Pensei... pensei... e de repente percebi que tinha algo muito, mas muito importante: a alegria de ter reencontrado vários amigos, antes pelo Orkut (e...viva a tecnologia!) e depois pessoalmente, em Curitiba, no dia 12 de janeiro de 2008. Data esta que se tornou mais um marco na minha vida.

No dia12 de dezembro de 1968, com o coração muito triste e sem saber como seria minha vida daquele dia em diante. Chegamos em Cianorte...eu chorava muito por deixar uma cidade, onde começava a despontar como adolescente,cheia de vida, certezas, esperanças, sonhos e amigos, com os quais convivi na infância. Foram sete anos nesta cidade: Cruzeiro do Oeste. Lembro que a Edméia Telles
estava conosco, pois tinha ido passear em nossa casa, para para acentuar mais a amizade, que já tinha inciado, quando fomos conhecer a futura moradia, através de nossos pais.No banco traseiro, da AERO-WILLIS azul do meu pai, durante a “longa viagem” entre as duas cidades, eu cantarolava uma música de Chico Buarque: “Um passarinho que cantou, que vem aí um bom tempo....Um pescador me confirmou que vem aí um bom tempo...” e realmente aconteceu!

Chegando à nova casa, na Av. São Paulo, ao lado do Colégio Cianortense, onde hoje tem um prédio residencial, ainda na bagunça devido a mudança, recebemos a visita de Fátima Manfrinato, Edmervan, Edmar e Edméia Telles, no ínico da noite, nos convidando, eu e minha irmã Ângela, para irmos ao baile, no Clube Português, formatura de ginásio dos alunos do LA SALLE; imaginem a correria, logo nas primeiras horas como jovens cianortenses.

Neste baile, fiz vários amigos, que entre eles já reencontrei Adolfo Turbay, Cidinha Loreto, Marina Tomaroli, Terezinha Códolo, Leny Galego, Edilúcia, Zé Luiz Batista, Elizabeth Ferreira (Tininha), Ailito Rossi, Cátia Bonini e outros que espero reencontrar em breve como Maria de Lourdes Almeida (Candinha), Ana Maria Bonametti, Antonio Contini, Jorge Nabhan, enfim todos ou quase todos meus amigos da Princesa do Ivaí. Mas, tivemos perdas significativas como Karem Turbay, Haroldo (Banana), Nivaldo, Zinaldo e por último Misael (estive com ele há mais ou menos dezanos, em
Campo Grande/MS).Sem pensar, quando me perguntam em que fase da minha vida fui mais feliz, respondo que foi na minha adolescência em Cianorte. Realmente foram os meus ANOS DOURADOS!

Voltei a Curitiba em 1970, para estudar, mas sempre retornando à “terrinha” até 1979, quando meus pais saíram definitivamente da cidade, portanto, durante onze anos fiz muitos amigos. Tive muitas alegrias, tristezas, decepções, frustrações, amores mal resolvidos, enfim, uma adolescência e início de maturidade normais.

Em Curitiba, também minha vida transcorreu dentro de uma normalidade. Fiz faculdade de Psicologia, trabalhei em creches públicas. Em 1986, fui trabalhar em uma empresa de grande porte, na cidade de Jaraguá do Sul, onde atuei também na área clínica, permaneci por dois anos e meio. Retornei à Curitiba, trabalhei na
Sanepar, na área de RH, em um hospital, onde encontrava sempre
Cidinha Batista, com quem batia longos papos. Fomos proprietários de uma confeitaria, e devido a uma problema muito grave de saúde,

passei por duas cirurgias em quatro meses, tivemos que fechar. Também fomos proprietários de uma loja de calçados.

Em 1977, mudamos para Campo Grande/MS, onde trabalhei no Sistema Penitenciário do Estado e na Secretaria de Estado de Saúde. Encontrei alguma vezes o Callejas e a Preta, recebendo visitas deles, quando o Airton Petris nos visitou também. Em 2003, fomos para João Pessoa/PB. Foi nesta cidade que vi minha mãe, muito mais feliz, ela não pretendia voltar mais para o sul. Meu pai,já era mais saudosista.Ambos faleceram em João Pessoa. Minha mãe em 05/05/04 e
meu pai, já com a saúde debilitada devido à diabete, entrou em
depressão, falecendo em 24/11/2005.

A partir daí, senti um imenso vazio na minha vida, mas teimava continuar por lá, por causa de uma pessoinha que amo muito João Gabriel, meu sobrinho a quem ajudei a criar, hoje com oito anos e
devido a ele me mudei para Natal?RN, ficando po lá um ano e meio
Foi um dos maiores erros que cometi. Sofri muito e achava que tinha perdido tudo, que a minha vida não tinha mais sentido ...DEUSno seu imenso Amor e Bondade, me tirou do exílio, dando-me outra oportunidade e um grande presente: meu retorno à Curitiba, o resgate com minha família e o reencontro com meus velhos e queridos amigos.

Hoje estou feliz novamente, embora a lacuna deixada por aqueles que mais amei e que também amaram Cianorte, jamais será preenchida. Neste reencontro, sinto-me como uma adolescente, sou como a Bela Adormecida que “dormiu 40 anos” e não viu o tempo passar.... mas acordou com um beijo do Príncipe! Príncipe este, que são os meus grandes amigos.... Amigos que nos dão PAZ, AMOR, ALEGRIA e que confiam, e nos incentivam sempre...
Hoje não sinto mais solidão. Ah! Ia me esquecendo: sou portadora da Síndrome de Cinderela, não é mesmo Dr.ª Marina Tomaroli e Dr.ª Suely Petris, conforme FREUD explica?...

Agradeço à DEUS sempre por mais esta Benção, elos meus irmãos, todos os meus amigos, inclusive os que aqui não citei, que sempre estarão presentes na minha vida. Obrigado José Paula e Cidinha Parisoto, pela iniciativa e pela idéia do livro.

ANGELA MARIA TEIXEIRA FABRO

ANGELA MARIA TEIXEIRA FABRO (PEQUENA)

Cheguei em Cianorte aos 15 anos de idade, em tempo de festas: bailes de formatura, Natal, Ano Novo e logo após Carnaval. Foi uma fase maravilhosa, tudo novo: novos amigos, nova escola e foi quando realmente passei a ter a minha “turma” de amigos. Tempo
de rotina agradável, pois Cianorte não oferecia muitas opções de lazer, mas fazíamos acontecer sempre: cinema, lanchonete, “brincadeiras dançantes”, em minha casa e de amigos, bailes comemorativos no Clube Português e Cianorte. E que bailes!!!

Sempre uma roupa nova, pois nós, as meninas, não nos permitíamos repetir os trajes sociais. Que Delícia!!! E era nesta rotina, que sempre fazíamos com que acontecesse fatos novos, que nos marcavam e revelavam a atitude de adolescentes. O primeiro namorado, primeiro amor, primeiras descobertas, decepções, frustrações, enfim sentimentos que envolvia um e ao mesmo tempo todos da “turma”, que participavam de tudo. Foi
quando ganhei o apelido de PEQUENA, pelo qual sou conhecida até hoje pelos meus amigos, com muito carinho, raras as pessoas daquela época, que sabem realmente qual é o meu nome. Num carnaval resolvemos fazer um bloco, inicialmente com o nome de CARNE SECA e depois BLOCO ANIMAÇÃO, que até hoje é sempre lembrado. Foi na loja de minha mãe, CHERRY BOUTIQUE,
que comecei a trabalhar de balconista chegando a gerente (que chique!). Era um trabalho prazeiroso, pois a loja e salão de beleza agregado à ela, era o ponto de encontro de meus amigos, sendo que a maioria eram clientes ou filhos e este encontro sempre se estendia até a minha casa...

Estudei o ginásio no Colégio Estadual e contabilidade no Colégio Cianortense.Tenho ótimas lembranças do meu tempo de estudante.
Fiz faculdade de Comunicação Social – Relações Públicas em Londrina. Durante a semana estudava, fazia minhas obrigações de estudante e nos finais de semana....só festas na nossa “terrinha”. Bem, na realidade, as festas começavam na sexta-feira em Londrina, na hora de pegar carona com outros estudantes cianortenses, pois saíamos em grande número para Cianorte. Era muito divertido!!!!

Após o término da faculdade, mudei-me para Curitiba, junto com meus pais, que já moravam aqui, onde iniciei minha vida profissional como Relações Públicas em organização de eventos, animadora de festas infantis como “Emília”, na Emissora da TV Globo, no departamento de Produções, em uma Revista de Divulgação nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e em várias outras atividades relacionadas à área de Relações Públicas.

Tenho uma filha, Camila Fabro, com 23 anos, uma linda moça bem
mais alta que eu... responsável, batalhadora, formada em Artes
Cênicas e Letras pela UFPR e atualmente trabalha como roteirista.
Meus pais, os quais tiveram uma vivência marcante em Cianorte,
faleceram em João Pessoa/PB e minha irmã Ana retornou para
Curitiba, vindo morar comigo e minha filha. Meus irmãos, João
Ernesto mora em São Paulo/SP e Jorge Antonio, em Jaraguá do
do Sul/SC, com suas respectivas famílias.

O reencontro com amigos cianortenses, em janeiro de 2008, foi um dos melhores momentos da minha vida, como se estivesse voltando para Cianorte em épocas de férias, quando estudávamos “fora” pois os sentimentos foram os mesmos: de saudades, alegrias, curiosidades, um verdadeiro prazer de estar bem junto dos velhos e sempre amigos. É uma alegria completa a ao mesmo tempo, sem definição. Foi um reencontro de amigos muito distantes fisicamente e muito próximos emocionalmente, pois a atitude e a reação foram intensas. E
na balada então!!!! Éramos jovens adolescentes novamente. Dançamos como dançávamos naquela época, pois DJ colaborou através das músicas que nos levaram pela nostalgia alegre e contagiante, pela madrugada adentro...

A vida está sendo um pouco dura para mim e acredito que para muita gente também, mas voltando a memória para aqueles anos, quando era feliz e sabia que era feliz e hoje relatando a minha história, sei que tive uma adolescência maravilhosa, cheia de alegria e com uma educação bem delineada por meus pais, família e amigos.

Sempre digo ainda, que sou CIANORTENSE com muito orgulho, pois sou o que sou hoje, Graças à DEUS e às águas que bebi de CIANORTE...

ATOILI ROSSI

ATOILI ROSSI


***BONS AMIGOS***

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!


Machado de Assis

AVELINO GONÇALVES ROSA

AVELINO GONÇALVES ROSA

Tenho muita história interessante para contar, sobre a minha infância em Cianorte,mas não dá para contar todas. Eu e minha família sempre moramos no sítio, ali no Pão de Açúcar, onde passei parte de minha infância e juventude. Trabalhávamos na lavoura de café e outros cereais, até o almoço,
na parte da tarde, meu irmão Natalino e eu, íamos estudar em Cianorte.

Na década de 1960, nas classes em que estudávamos no primário, sempre
juntos: eu; meu irmão; José Paula Silva e seu irmão Eduardo Paula da Silva,
nossos melhores amigos de infância. E assim foi desde o primeiro ano
primário até o primeiro ano de Ginásio. Meu amigo Jose Paula Silva, era
sempre o destaque de todas as classes, um outro grande colega, o Toloy,
disputava com ele, não se conformava, as vezes ficava bravo, mas não tinha
jeito, o José Paula era sempre o campeão, só tirava nota 10.
Das meninas, a campeã era a Elizabeth Alves Ferreira, a Tininha. As outras
meninas também eram boas alunas. Lembro sempre da Irene Pitol, que
infelizmente nos deixou precocemente, vítima de uma apendicite aguda,
o que chocou a todos. Duas professoras que nunca me esqueço: dona
Suzana e dona Clotilde, gostaria de encontrá-las um dia...

Para finalizar, meu hobi e do meu irmão Natalino, era aos domingos, sair às
matas, de estilingue, a cassa de passarinhos. Hoje me arrependo, não mato
nem uma galinha, e não gosto de prender pássaros em gaiola.

Sobre a espectativa da festa, estou contando as horas até chegar o grande
dia. Esta festa, para mim, será o melhor reencontro estudantil, que você José
Paula, e outras pessoas estão proporcionando. Que Deus ilumine vocês
todos. À você Jose Paula, agradeço de coração, por este convite, e se Deus quiser, estaremos lá para matar a saudade.

Um grande abraço a você e toda sua família, continue sempre com essa
humildade que é a riqueza de todo ser humano.



Muito grato Avelino

CARLOS ROBERTO LORETO

Meu nome é Carlos Roberto Loreto, popularmente conhecido com “Carlito”, sou filho de Esio Francisco Loreto e Virgínia Marila Loreto. Nasci em 24 de agosto de 1953 na cidade de Mandaguaçu Pr. Casei-me em 1977 na cidade de Umuarama, e da união de 10 anos nasceram meus filhos: Marcos Fabrício Versut i Loreto (1980); Simone Caroliny Versuti Loreto (1983) e Anelisy Francine Versuti Loreto (1985)

Em meados do ano de 70 ingressei-me no mercado de trabalho, tendo como primeiro emprego o Banco Mercantil de São Paulo, e no ano seguinte através de concurso público, acabei fazendo parte do quadro de funcionários do Banco do Estado do Paraná com 14 anos de serviços prestados.

O crescimento profissional foi um marco em minha vida, e ao ingressar-me no seio da família Felipe de Paranavaí, o mundo dos móveis e eletrodomésticos passou automaticamente a fazer parte da minha vida. Mas houve uma grande reviravolta a 13 anos, quando o clã da família nos fez conhecer um outro mercado totalmente novo, mas muito promissor: a Avicultura.

Hoje sou novo empresário no segmento junto do meu filho, e temos como traço marcante em nossas personalidades, o empreendedorismo. Por uma grande felicidade nossa, os nossos novos negócios estão se concentrando

exatamente aonde tudo começou: Cianorte. O que nos faz pensar pelos encontros e reencontros... que, sem sombras de dúvidas, Deus escreve certo por linhas tortas.

Com tanta generosidade, só tenho a agradecer por toda benção concedida a mim e a minha família. E não poderia finalizar sem antes mencionar, um pensamento que guardo como um tesouro pelo seu valor incomensurável:

“Nunca deixe de fazer algo de bom que seu coração lhe pede.
O tempo poderá passar... e a oportunidade também!!!”


Aos meus amigos do tão presente passado, um beijo no coração!

ACREDITO NAS PESSOAS


Especialmente naquelas em que habita algo mais que a humanidade.

Aquelas que, às vezes, a gente confunde com anjos e outras entidades divinas...

Falo daquelas pessoas que existem em nossas vidas e enchem nosso
espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes...

Daquelas que te olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, que tecem elogios, agradecem e pedem desculpas com a mesma simplicidade de uma criança...

Pessoas que não precisam fazer jogos para conseguir o que buscam, porque seus desejos são realizados por suas ações e reações, não por seus caprichos...

Pessoas que fazem o bem e se protejem do mal, apenas com um sorriso, uma palavra, um beijo, um abraço, uma oração...

Pessoas que atravessam as ruas, sem medo da luz que existe nelas, caminham firmes e levantam a cabeça em momentos de puro desespero...

Pessoas que erram mais do que acertam, aprendem mais do que ensinam e vivem mais do que sonham...

Pessoas que cuidam do seu corpo, porque este os acompanhará até o fim...

Não ficam julgando gordos ou magros, negros ou brancos...

Pessoas, simplesmente pessoas, que nem sempre têm certeza de tudo, mas acreditam sempre...

Transparentes, amigas, espontâneas, até mesmo ingênuas...

Prefiro acreditar naqueles encontros, que nos transmitem paz, e um pouco de gratidão...

Prefiro acreditar em homens e mulheres, que reverenciam a vida com a mesma intensidade de um grande amor... Que passam pela Terra e deixam suas marcas, suas lembranças, que deixam saudades e não apenas rastros...

CATARINA M B BONINI PARIZ

AOS MEUS AMIGOS PARA SEMPRE

Começo meu relato com esse maravilhoso depoimento da minha eterna amiga Cidinha Loreto, por ser verdadeiro e recíproco o sentimento de amizade e amor que sentimos. Neste depoimento minha amiga soube resumir o inicio da minha chegada em Cianorte, e como tudo começou...

DEPOIMENTO DE CIDINHA LORETO PARA CATIA BONINI

Cianorte, 1966...
Então, no prédio em frente minha casa (não me lembro o nome da av.)havia uma nova moradora em um dos apartamentos vagos. (vinda de São Tomé onde o pai foi transferido, o mesmo era bancário).
Catarina Bonini!!!
sua idade cronológia não foi empecilho, para que nossa amizade nascesse, afinal eram quatro anos de diferença, e nessa época da vida, fazia muita diferença!!!
Minha mãe e a sua, tornara-se grandes amigas, fazendo fortalecer nossa amizade todos os dias...Bailes (Cianorte e São tomé), festas, missas, cinemas...estávamos sempre juntas!
Em 1971 mudei-me para Umuarama. Logo em seguida minha doceamiga mudou-se para Atibaia.

Umuarama, 1974...
Lá estava ela novamente...testemunhando um dos dias mais importantes de minha vida!!!Meu casamento. Ela éra minha madrinha...

Continuamos em contato por vários anos até que por descuido, perdi seu telefone e endereço. Afinal eu me mudava a cada tres anos, pois meu marido era do BC do Brasil. A última vez que nos vimos foi em União da Vitória (Pr)no ano de 1.990. Perdemos contato.
Cátia bonini: - Qdo minha filha Renata (filha de Cidinha) voltou de viajem (julho de 2007), fez um Orkut-nome para mim: Cidinha Camara. Em outubro de 2007, resolvi mudar meu nome (orkut) para Cidinha Loreto. Neste mesmo dia, Catia bonini me encontrou.
Minha doce e querida amiga havia me encontrado!!!
Depois disso a gente nunca mais deixou de se falar... e a gente se fala quase todos os dias né amiga??? Nossa história é linda!!!
Não me recordo de uma única briga, uma única rusga...nada!!!Sempre nos amando...e agora ainda temos Danny, Taty, Renata e Gustavo e os maridões para podermos partilhar todo esse amor com eles...mas o nosso coração é imenso, cabe tanta gente!!!
Quero te dizer uma coisinha... Te amei, te amo e te amarei por toda a minha vida!!!

"AMIGAS PARA EMPRE"


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Moramos em torno de 05 anos em Cianorte, quando voltei a morar em Atibaia - SP com minha mãe D. Orcarlina para a cidade onde nasci, fui criada e onde mora toda a minha família, o meu pai José Geraldo Bonini - que foi gerente do Banco Mercantil de são Paulo em Cianorte - falecido há 10 anos´. já havia ido embora para o Mato Grosso e constituido uma nova família; logo que chegamos em Atibaia continuei estudando e comecei a trabalhar aos 15 anos. 01 ano mais tarde conheci meu marido Genésio Pariz, namoramos por alguns anos e nos casamos em 1978, assim que nos casamos mudamos para a cidade de Nova Iguaçú - RJ onde ficamos morando até 1981, em 1982 mudamos para a cidade de Niterói - RJ onde estamos até hoje, e òbviamente minha mãe semre comigo.
Temos um filho com 23 anos, Danny Bonini Pariz que mora, trabalha e estuda em São Paulo, batalhando desde muito cedo para realizar os seus sonhos e conquistar a sua independência, com carater firme e seguro para atingir as metas que traça para sua vida. Está se tornando um homem admirável "graças à Deus", agradeço em todos os minutos da minha vida, por Deus ter me dado este filho tão maravilhoso.

"AMIGOS PARA SEMPRE" Desde o nosso primeiro REENCONTRO que se realizou em Curitiba (12/01/2008)m é assim que nos referimos aos nossos amados e eternos amigos das décadas de 60 e 70. Acredito que para a maioria das pessoas que fizeram parte da nossa "turma", jamais esquecerão a adolescência maravilhosa que vivemos e passamos juntos, forma momentos de intensa pureza, felicidade, esperança, sonhos, desejos, amor, enfim...tudo de bom que nos era possível almejar. Acredito que daqui para frente, todos nós, a cada dia, procuraremos ascender cada vez mais em nossos corações a chama da verdadeira amizade.

NITEROI/RJ, 06/04/2008

CATARINA M B BONINI PARIZ
(CATIA BONINI)

DINIZ AFONSO

DINIZ AFONSO

Queridos amigos, confrades e contemporâneos de Cianorte:

Um dia desses, enquanto esperava a vez na sala de espera de um consultório médico, percebi, solta entre as revistas, uma folha de papel. A
curiosidade fez com que a tomasse para ler o conteúdo. Era uma bela
mensagem que alguém havia escrito. O título, interessante e curioso: “Aprendi”... Dizia o seguinte:

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguem, posso apenas dar boas
razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto.
Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim,
tem gente que não dá à mínima e eu jamais conseguirei convencê-las.
Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-las em
apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15
minutos... Depois disso, preciso saber do que estou falando.

Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por
isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão
continua tendo duas faces... E o mesmo vale para tudo o que cortarmos em
nosso caminho. Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser... E devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir alem dos limites que eu próprio coloquei. Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlados por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que devem fazer “naquele” momento, independentemente do medo que sentem. Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso. Aprendi...Que nos momentos mais difíceis, a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas. Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso

Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando... E
que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser
perdoado pelos outros... Eu preciso me perdoar primeiro. Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo o mundo não vai parar por causa disso.
Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo
que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto. Aprendi que, numa briga, eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem, não significa que elas se amem. Aprendi que, por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida. Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes. Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio. Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos.
Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira,
mesmo que desejamos retê-las para sempre. Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisa em que acredito.

Com essa folha de papel eu aprendi que ainda tenho muito a aprender... E
você?


“Todo aquele que passa em nossa vida, nunca vai sozinho, nem nos deixa só, deixa um pouco de si, e leva um pouco de nós.” Sant Exupéry Caros José Paula e Cidinha Loreto:

Envio-lhes algumas fotos de nossa época, de bons momentos que marcaram
muito a minha vida, são de meu álbum Pessoal; cujas imagens trago no meu
coração e na minha mente. Aproveitem as que quiserem e divulguem a todos, elas são nossas – para serem compartilhadas.



PARTILHA

Partílha é o antídoto contra o egoísmo e a concentração. Aprende-se ou não
a partilhar desde a infância. A criança é por natureza possessiva e voltada
ao ter tudo para si. Mas o caminho da felicidade vai à contramão da concentração. O apósto Paulo afirma que o mestre Jesus teria dito: Há mais
felicidade em dar do que em receber”. Se todos aprendessem a partilhar e
e praticassem a partilha, não haveria no mundo necessitados.

Os milagres de Jesus, conhecidos como “multiplicação dos pães”, são na
verdade o milagre da partilha. Pobre de quem se julga tão pobre a ponto
de não ter nada para repartir com alguém. Quando Deus criou o mundo, estabeleceu que todas as criaturas tivessem o suficiente e o necessário para
defender a vida. Por isso a partilha se torna um mandamento cada dia mais
necessário. Às vezes, não querer partilhar é transgredir o mandamento que
diz: “Não mate!”



MUTIRÃO DA VIDA

A vida é fruto de mutirão. Em primeiro lugar, um mutirão gostoso de duas
criaturas que desejam ver reproduzido em outro ser o resultado do seu amor.
Em seguida, vêm todos que trabalharam no mutirão da vida de uma pessoa:
parentes, amigos (é aí que vocês todos entram – fazem parte da minha vida),
professores, catequistas, médicos, colaboradores... de modo que a vida já
não é somente dela, pois nela há algo de tantas pessoas (olha você aí de
novo) que ajudaram a construí-la.

Assim, a vida já não lhe pertence totalmente, sim faz parte de todos os que
ajudaram no mutirão. Dessa forma, a vida, que tem um preço incaculável, só
tem sentido quando entra no mutirão para a construção de outras vidas. Há
quem não veja sentido na vida. Não seria porque não aprenderam a construir
outras? Se você sofre dessa tentação, procure o sentido da vida fora de si,
nos outros.
AJUDANDO O PRÓXIMO A ENCONTRAR O SENTIDO PARA A
VIDA DELE, VOCÊ ENCONTRARÁ O PRÓPRIO


Estas são as minhas mensagens para vocês, com todo o meu amor, respeito
estima e consideração: numa linguagem transparente, que atinge os íntimos refolhos das almas dotadas de sentimentos transcendentais.

Ósculos e amplexos.

Diniz Afonso: O Sentinela Postado do Vale Azul.
Maringá, 11 de Maio de 2008 – Domingo dia das Mães.
“Que Deus abençõe a todas as Mamães do mundo”.

EDILUCIA BLUMENTAL DE ABREU

RETRATO DA EDI...


Sei que não tenho disciplina de escrever e tão pouco o dom da palavra, mas deixo aqui um pouco do que foi e tem sido minha vida desde o dia em que deixei Cianorte e amigos que trago na memória ao logo dos anos.
Janeiro de 1971 fui para são Paulo. Mão tinha um conhecimento perfeito de como era realmente essa São Paulo. Sabia apenas que era a maior cidade do Brasil, terra da garoa e onde eu iria esudar e trabalhar. Meu Deus! Quando me deparei com a grande São Paulo, percebi que estava numa imensa selva de pedra, onde de menina tímida e dependente teria que tornar-me uma mulher determinada, com coragem e destemida. Estudava, e com o passar dos meses também trabalhava.

Fevereiro de 1972 conheci meu ex-marido, com quem tiv três filhos: Patrícia (29), Francine (28)e Marcelo (in-memorian), que deixou saudades. Com as experiências adquiridas e também com aquelas que a própria natureza nos surpreende, aprendi muito. Hoje, mora na cidade de Porto Ferreira/SP e há 17 anos trabalho com uma das maiores franquias do País, a qual me dá prazer, satisfação e encantamento pelo processo de trabalho desenvolvido. Minha rotina de trabalho é árdua, mas isso faz com que eu me sinta uma pessoa útil e de valor. Meu conceito primordial é a valorização, o agradecimento e o reconhecimento das pessoas, valores que me trouxeram conquistas e sucesso como empresária. Acredito que a minha maior característica é ser alegre e minha filosofia é procurar ser feliz mesmo achando que nem sempre existe uma razão.

EUNICE DE OLIVEIRA SOUZA SANTOS

EUNICE DE OLIVEIRA SOUZA SANTOS


Meu nome é Eunice de Oliveira Souza Santos, nasci em Rolândia – PR.

Em 1959 eu e minha família fomos para Cianorte, onde morávamos na Rua Abolição , próximo ao antigo Ginásio Estadual.Meus pais foram Geraldo Cândido Oliveira e Maria de Souza Oliveira (ambos falecidos).Vivemos os melhores anos de nossas vidas lá...

Década de 60...tudo que iria nos transformar começou a partir desses anos, os Beatles, a Jovem Guarda, a Bossa Nova, os Hippies...Era um pouco de nosso grito de rebeldia.Saudades ficaram...

Cine Cianorte, as praças bem traçadas, a Rádio Porta voz e
nossos amigos. Marilena, Heloísa, as irmãs Códolo, Gesner, João (espanhol), Luzieda e Família, dentre outros. Dez anos de igreja metodista com o Pastor Cooper e Acidi.
1969, a grande partida e o adeus àqueles anos. Fui para Curitibaem busca de todos os sonhos, alguns realizei, outros ficaram perdidos na roda do viver. Tempos de buscas incessantes.Anos negros da ditadura. Tudo dito por entrelinhas, olhares de soslaios, a desconfiança separava até os amigos.

Minha maior aventura “ecológica” foi em 1972, nós jovens da igreja metodista central de Curitiba escalamos pico do Marumbi, que fica próximo a capital do Paraná. Em 1973 ingressei no curso de Comunicação Social na Universidade Federal do Paraná. O sonho, a espera, enfim se concretizando.

Trabalhei como repórter, cobri a vinda do Presidente Médice à Curitiba e fiz outras reportagens de bom proveito. Vivi meus anos de Universidade com muita alegria e paixão, ser jornalista era meu sonho. Porem “esbarrei” na maior paixão! Celso. Um estudante de Engenharia Civil. Meu suave amor. Sempre aparando minhas arestas. Suavizando meu caminho. Meu marido e pai de minhas três filhas: Patrícia de Paula Santos; Andréia de Paula Santos, ambas advogadas e Ana Claudia de Paula Santos, professora. As três são os meus melhores projetos.
Moramos por sete anos em Foz do Iguaçu, meu marido fora trabalhar na Prefeitura de lá. Em 1985 viemos para São Paulo. Educamos e formamos nossas filhas aqui. Foram anos de luta, sonhos se realizando, metas cumpridas.Outubro de 2007. Um adeus nunca esperado. Um ciclo que se fechou. A grande perda. Meu maior amigo, o companheiro de sempre e o pai afetuoso nos deixou. Talvez esteja em outra dimensão. Porém a vida está sempre se renovando. Preparo-me para a minha mais doce tarefa. Serei avó em julho, um anjo virá nos fazer companhia.

P.S.: Quero prestar homenagem para minha mãe, Maria de Souza Oliveira, costureira e professora de corte e costura, ela plantou uma sementinha para ajudar este progresso enorme que é a Indústria de confecção em Cianorte. Foi na década de 60 e 70, muitas mulheres passaram por ali e continuaram o trabalho dela.

EUNICE MARINA TOMAROLI LINARTH

MEMÓRIAS ALEGRES
Eunice Marina Tomaroli Linarth
Havia acabado de chegar de Cambé, cidade onde nasci, em 18 de julho de 1952, última de uma família de quatro irmãos. Tinha eu, mal completado 08
anos de idade. Saí de uma cidade também pioneira no norte do Paraná,
entretanto, mais avançada em infra-estrutura e passei a morar em Cianorte,
onde não havia luz elétrica e nem asfalto nas ruas. Embora houvesse água
encanada em minha casa, esta vinha de profundos poços artesianos, pois a
região arenosa influenciava na profundidade do lençol freático, aprofundando
-o. Os poços caseiros forneciam água a partir de 45 metros de profundidade, o que demandava muito esforço em retirar a sua água trazida por baldes
amarrados em cordas e puxados à superfície por manivelas manuais.

Criança ainda, adorava a areia que se enfiava pelos meus pés; andava
descalça e brincava muito nas ruas ainda tão serenas e prazeirosas, onde
nossas mães punham as cadeiras nas calçadas no anoitecer para
conversarem, pois graças a Deus não havia novelas e nem televisão naquele
tempo.
Minhas grandes companheiras de infância foram minhas primas: a Nenê
(Cidinha Parisoto) e a Nair Moretto. Mas, também brincava com meus primos
Nivaldo Moretto e Claudio Parisoto. Com estas minhas primas eu brincava
por longas horas todos os dias, quase sempre em minha casa que ficava
localizada na rua da Constituição, bem em frente ao antigo prédio da
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.Gostava de brincar de rainha e pegava os vestidos melhores da minha irmã Izaura, guardados com carinho, para vestí-los nestas brincadeiras. As barras saiam arrastando pelo chão e juntamente, com minhas primas enfeitava-nos de colares e guirlandas na cabeça. Éramos rainhas, princesas em nossos sonhos de criança e em nosso mundo de fantasias éramos felizes.Minha irmã Izaura sempre foi meu modelo. Pessoa idônea, inteligente e de um coração de ouro em que até hoje me espelho.

Frequentava a escola e como filha de uma família católica minha mãe me
matriculou no Colégio Nossa Senhora do Rosário, que ficava numa velha
casa de madeira atrás do bosque da Igreja Matriz. As freiras impiedosas, não
perdoavam nenhuma falta e cansei de escrever umas mil vezes: “Não devo
conversar na aula”, e nem era tão tagarela assim...

Quando terminei o curso primário era necessário fazer a prova de Admissão
ao Ginásio Estadual de Cianorte, e como em Cianorte não tinha, fui para
Terra Boa prestar o exame e uma galera entrou no ônibus rumo à aventura de viajar 20 kilômetros por estradas de terra. No intervalo das provas, brincava de formar duas filas: uma de meninas e outra de meninos,
de costas, paralelas uma à outra. Jogava a mão para trás e apontava,
aleatoriamente, para um menino, e para onde apontasse a minha mão, ele tinha que me dar um beijo, no rosto, é claro...(sem que os professores vissem, é claro também...)

Sem dúvida, foi a melhor época de minha vida, com exceção da professora de Matemática Elmi Fachetti que não entendeu as minhas notas baixas na matéria e acabou me reprovando. Em compensação amava a professora de
Francês D. Lúcia Passerino, elegante e doce pessoa.
Novas amigas fui agregando ao meu círculo: a Ilda de Souza e a Edna, filha
da D. Juvir Corrêa de Castilho, que mantinha um coral, no qual eu cantava
maviosamente. Otília Montoro e Janina Gwadera, amigas inseparáveis.

Que saudades dos bailes do Cianorte Clube quando ainda era um casarão de madeira, mas que eu ia segurando vela para minha irmã Izaura que namorava o Lino Varella. Com ansiedade ficava esperando o Zinaldo me tirar para dançar, mas não perdia os olhos dos meninos bonitos do baile, o Zoiro Pascotto, o Calejjas e o Zezinho Lemos, que quase nunca dançavam e ficavam bebendo no bar. E curtindo atavicamente as presas...

Meu amigo muito especial era o José Paula. Magrinho e meio tímido, sempre me acompanhava e só depois de 40 anos passados, é que fui descobrir os sentimentos maravilhosos que tinha por mim naquela época (mas sempre é tempo de falar, de contar...)

Cianorte era envolvida por matas virgens com muita umidade proporcionada
pelas árvores frondosas e abundantes; as estações eram bem definidas e
toda vez que vejo o outono chegar sinto em minha alma as fragrâncias de
minha adolescência.Vem à minha lembrança o velho Cine Cianorte, palco deencontro fortuitos e sempre esperando que meu amado se sentasse ao meu
lado e na penumbra, enlaçasse as minhas mãos nas suas. O coração então
disparava, a respiração ficava ofegante e sentia uma felicidade tão grande,
impossível de mensuração. Mas a felicidade sempre durava pouco, pois o
meu irmão de criação, o Chico, que minha mãe encontrou abandonado nos
caixotes das Casas Pernambucanas me espionava e corria contar para minha mãe que me dava uma semana de castigo.

Na terceira série ginasial fui tansferida para o Colégio Cianortense, colégio de confissão luterana e nos cultos no salão de festa liderado pelo pastor,
o melhor mesmo era o reflão que cantávamos “Bom, bom, bom”. Meu
namoradinho era o Rui Reis Neto que no final do ano mudou-se para São
Paulo e nunca me escreveu cartas, as quais espero até hoje, pois foi uma
promessa que me fez...

Na quarta série voltei estudar no Ginásio Estadual e o reencontro com a turma antiga foi maravilhoso. Formamos time de volley, tocava tambor na
fanfarra, havia tardes dançantes, bailes, cinemas, paquera e no final, outro
namorado: Elcio Luis Romão. Ele mudou-se para o estado de São Paulo,
minha família mudou de Cianorte e este amor efêmero também murchou e lá
fui eu, embora para sempre de Cianorte; a cidade que mais gostei em minha
vida.Estudei em Maringá, em Apucarana e finalmente em Curitiba, onde cursei a
faculdade de Biologia, na Universidade Estadual do Paraná. Fui professora 15 anos e em 1971 conheci Roberto José Linarth, estudante de Medicina e um gentleman que me conquistou com uma dúzia de rosas, e que seria meu marido por 27 anos. Quando terminou a residência em patologia mudamos para Umuarama, cidade onde moramos até o ano de 2004, quando ele faleceu, deixando-me viúva. Também cursei Psicologia Clínica e exerci a profissão por 14 anos. No momento sou artista plástica e encontro na arte grande significado para minha vida. Tenho dois filhos: Ana Letícia, médica e o Andre Guilherme, engenheiro de computação, fazendo doutorado na Alemanha, casado, que me deu um lindo neto em 05 de dezembro de 2007, o Leonardo.

Apesar dos entraves, encontros e desencontros da vida,posso me considerar
uma mulher feliz e bem relacionada. Apesar da veleidade do tempo ainda conservo em minha alma a saudade de uma época em que a ingenuidade, a
pureza da alma e os amigos fiéis ainda prevalecem como valores morais insubstituíveis.

FELIX ANTONIO LUCAS

FELIX ANTONIO
LUCAS


Amizade
A internet trouxe a mim uma mensagem que fala de velhas amizades.
Em principio achei muito bonita. Veio acompanhada de uma música. Confesso que fiquei tocado, muito embora eu tenha uma idéia diferente sobre amizade.

Entendo amizade, quando sincera, imortal. Ela não acaba nunca. O máximo que pode acontecer com uma amizade verdadeira é ela hibernar. Permanece ali no nosso íntimo e a qualquer tempo,quando incitada, ressurge em todo o seu esplendor.

Exemplos recentes reforçam este meu pensamento. Em julho de 2007, em Curitiba, reencontrei amigos que não via há 20 anos (Cidinha e Silviano Câmara), 30 anos ou mais Cláudio Stocco, Terezinha Códolo, Katia Bonini, Edilucia e outros).

A sensação que tive foi de que não houve quebra da força da amizade. Foi como se no dia anterior eu estivesse na república ao lado da casa da Katia, vendo Seu Bonini, Dona Oscarina, Seu Loreto. O Vavau ali na borracharia dizendo bom dia e eu indo rua acima em direção ao trabalho, encontrando, no caminho, Seu Albino Turbay, Seu Estevam Ribeiro do Valle, meu compadre Lino Varella,TiBrun, Marcão, Zé Rubens e outros amigos que não vejo há tanto tempo. Alguns, eu sei, não mais verei. Então, a prosa teve seqüência com o mesmo carinho e com a intimidade de sempre.

No Encontro em julho de 2008, em Cianorte, quando espero reencontrar tantos outros queridos amigos já antevejo continuidade, simplesmente continuidade do estanque tempo nas conversas que darão seqüência àquelas de 30 ou mais anos atrás.
Claro, à parte correram os anos. Eu, por exemplo, sai de Cianorte, onde casei com a Cidinha Parisotto e onde nasceu nossa primogênita Estella, no ano de 1974. Rodamos o Brasil, sempre em busca
de melhoras na carreira profissional. Moramos no Pantanal matogrossense (Poconé). Altamira, no Para. Em Belém nasceu nossa segunda filha Daniella. Retornamos ao Paraná e em Guairá, em 1978, nasceu nossa caçula, Isabella.
Vida de bancário pode ser muito nômade. A minha foi. De Guaíra fomos para Rondon, de 82 a 85, e dali fomos para o nordeste, Maceió. Em 1990, eu e Cidinha decidimos encerrar nossa sociedade conjugal.

A partir dessa época, as meninas ficaram com a mãe e eu, mesmo a distância, continuei, à maneira do possível, o mais próximo que podia das filhas. Depois de exercer funções de gerência, passei por Florianópolis, Aracaju, Salvador, como Gerente de Núcleo de Auditoria do Banco do Brasil. Na boa terra pedi minha aposentadoria. Na
verdade mudei de profissão. De bancário, aposentado com mais de 30anos de serviço, retornei à profissão primeira: marcenaria. Quase oito
anos mais na ativa.

Minhas filhas são um caso à parte. Sou um pai babão, apaixonado
por elas e delas somente recebo amor e motivos de orgulho. Assim como o pai, também são ciganas, desassombradas, desde cedo acostumadas a desbravar mundos novos que poderiam ser pomares, barrancos, lagartos, vistos pelos seus olhos infantis como enormes florestas e montanhas habitadas por bichos grandes e assustadores.

Adultas, continuam desbravando mundos desconhecidos. Hoje Estella, após alguns anos em Londres, mora em Itapema (SC), Daniella em Toronto (Canadá) e Isabella nos Estados Unidos. Das três somente a Isabella é casada, há um ano e pouco. Ainda não coloquei um neto no colo. Isso acontecerá na hora certa.
Quando isso ocorrer, o (os) levarei para o cantinho que escolhi para
viver o meu agora. Vai ser farra da boa. Muita praia, pescarias,guloseimas, jogos ( de correr, futebol, queimada – coisa da antiga
mesmo, nada de videogame ). Não quero nem saber, os pais que
eduquem! Nós, as crianças, vamos curtir muito! Meu endereço atual no povoado Miai de Cima (alguma coisa perto de 500 habitantes, em Coruripe, Alagoas, é: seguir em frente na rua principal (existem duas) Antes de cair no mar, vire à direita. Você estará em casa. E será sempre bem vindo.
E o tempo continuou passando...

Sempre gostei de viajar e faço isso de carro, porque gosto do vento na cara. Quando em casa, virei pescador. Coloco a jangada no mar, molinete, algumas iscas e muitas cervejas. Volto a tempo de assar o pescado na brasa da casca de coco. Gosto muito de cozinhar e de futebol. Continuo o mesmo Corinthiano roxo de sempre. Solidão?
Que nada! As filhas sempre que podem me visitam. Tenho vários “pariceros” nativos, uma coleção de ETs e tantos outros amigos em vários cantos do Brasil. Sempre tem alguém comigo. Deus sempre.

Continuo gostando de pintura e, às vezes, de escrever e estas são rápidas pinceladas sobre minha vida. O resto da historia a gente continua naquele papo descontraído que iniciamos agora há pouco.

HAMILTON FREITAS ECKS

HAMILTON FREITAS ECKS


No início de 1958, quando eu tinha de 07 para 08anos, minha família mudou
-se para Cianorte, indo morar numa propriedade rural do sr. Gabriel Afonso,
no final da estrada Lopes.

Na época haviam poucos sítios já abertos e a estrada era um túnel no meio
da mata fechada, sendo possível avistar-se várias espécies de animais
silvestres atravessando-a, principalmente de manhã ou ao entardecer, o que
causava um certo medo, embora eles não atacassem, pois tinham
abundância de alimentos, bem melhores do que a raça humana.
Eram tempos difíceis, pois não haviam estradas asfaltadas, carros eram
raros e ônibus muito poucos. Telefones nem pensar, ainda se usava o
telégrafo. Para ir à cidade, distante 15 km, levava-se o dia todo, em lombo de
cavalo ou carroças. Mas a vida era boa. Tinha-se liberdade para nadar nos
rios, caçar de estilingue nas matas, subir nas árvores e coqueiros para pegar
frutas.

Tinha também as festas juninas, a folia de Reis, as rezas nas casas, com comes e bebes, e aos domingos tinha futebol, que atraía muita gente,
por ser uma das poucas opções de diversão. Para estudar, morei alguns
anos na casa do sr. Gabriel, que era o patrão do meu pai e pai do Diniz
Afonso, nosso amigo até hoje, na rua da Constituição, quase esquina com a
rua Ipiranga, onde hoje é um hotel do Martelli. Depois morei na Pensão da
Tia Cida e do Seu Dino, na Av goiás, onde hoje é a Câmara Municipal.

Depois voltei para o sítio e enfrentei a estrada de chão e cheia de areiões, de
bicicleta ou de cavalo, para terminar o ginásio no Colégio Estadual de
Cianorte. Alí iniciei o curso Científico, junto com vários dos colegas que hoje
reencontramos, tendo que parar para ir servir o exército. Quando voltei, um ano depois, terminei o Científico.

Em 1975, me casei com a Elza Donatti e entrei na Caixa Econômica Federal
onde me aposentei em 31 de maio de 1996. Tenho 02 filhos casados, um
morando na Inglaterra que é formado em Direito, e o outro Veterinário,estabelecido em Cianorte.

Embora more em Maringá/Pr., onde sou síndico do prédio há 10 anos, nunca
me desliguei de Cianorte, onde procurei concentrar meus investimentos, tendo um sítio na mesma estrada Lopes, onde passo boa parte do meu
tempo disponível. Tenho uma família unida e feliz, muitos amigos e uma vida
confortável, não podendo reclamar da sorte.

IDEVAL INACIO DE PAULA

IDEVAL INÁCIO DE PAULA

Era o ano de 1960. Saímos de Guaraci (PR), onde nasci rumo a uma terra nova, da qual tanto se falava em nossa região. Exceto as irmãs mais velhas (Mercedes e Eunice), que ficaram por lá, chegamos a Cianorte bem no começo do ano. Eu tinha oito anos de idade. A família era composta pelo papai (Sebastião), pela mamãe (Jerônima), e pelos irmãos (Maura, Vilma e Idevam). Primeira residência fixada na Rua Curitiba. Posteriormente fui morar na Avenida Rio Branco e depois na Rua Padre Anchieta.
Achei um tanto estranho quando fui pela primeira vez para a escola. Não era uma construção convencional para a atividade escolar. Tratava-se de um salão comercial na esquina das Avenidas Goiás com a América, bem próxima do “Pontilhão”.
Concluído o quarto ano primário tinha o “exame de admissão ao ginásio”. As aulas e as provas eram realizadas no prédio do Ginásio Estadual (esquina da Piratininga com a Abolição). Foi ali também, que concluí o Curso Ginasial, no ano de 1968. Depois o curso técnico em contabilidade no Colégio Comercial Rocha Pombo (ano de 1972), que funcionava no prédio do Ginásio Cianortense.
Durante todos esses anos que morei em Cianorte (1960 a 1974), trabalhei em quase tudo: Farmácia Costa, Gráfica Ivaí, Tipografia Globo, Prefeitura Municipal, Companhia Melhoramentos, Escritório Contábil Precisa. No ano de 1974 fui aprovado no concurso do Banco do Brasil. Assumi na cidade de Toledo (PR). Em 1976, a pedido, fui para Maringá para continuar os estudos. Concluí a graduação em direito no ano de 1982. Pós-graduação em processo civil em 1989. Pós-graduação em direito Civil em 1999, e mestrado em Direito Empresarial em 2002.
Fiquei lotado na agência do BB em Maringá como escriturário até o ano de 1989, quando passei para a carreira jurídica. No ano de 1994 assumi como Chefe doJurídico em Cascavel. Em 1998 fui nomeado Chefe Adjunto em São Paulo-Capital, onde fiquei por um ano e meio e a pedido, retornei como Chefe do Jurídico em Maringá até minha aposentadoria em agosto de 2006.
Durante esse período também exerci atividade docente. Lecionei Direito Comercial e Direito Empresarial nas faculdades: UNIPAR-Toledo, UNIVEL-Cascavel, FACULDADE NOBEL-Maringá e CESUMAR-Maringá.
Em 1977 conheci aquela que até hoje é minha namorada, amiga e companheira: minha esposa ROSILENE. Casamos-nos em 1979 e fui agraciado com duas filhas maravilhosas: LARISSA, nascida em 1980 e LILIANE, nascida em 1983. A Larissa (já casada) formou-se em Direito em 2002 e hoje divide comigo o escritório de advocacia. A Liliane está cursando o quinto ano de direito (estagiando no Jurídico do Banco do Brasil).

JANINA GWADERA BOBRZYK

JANINA GWADERA BOBRZYK


-“Zé, espera! Não edita ainda o livro, espera por mim! Há pouco resolvi, num ímpeto, que também vou rabiscar algumas linhas sobre as minhas lembranças de Cianorte... que são tantas, aliás!... Do tempo do Ginásio... e de antes ainda! Posso?

Eu sou a Janina Gwadera, a Nina, aquela que morava na Avenida Maranhão, 709, a filha do meio do Seu João e da dona Maria, aqueles poloneses que costumavam jogar xadrez em casa, irmã da Cristina e da Irene, lembra?

Morava abaixo da linha férrea, em frente à esplanada – aquele morro enorme onde até avião já pousou num terrível dia de chuva, há muuuuuitos anos atrás, bem antes ainda de eu ir para o ginásio; cujas ruas eram tão esburacadas que o destino da maioria dos jipes era cair neles e daí serem tirados pelo auxílio de caminhões carregados de toras (como se desmatava naquele tempo!) e, sabe Zé... me lembro que um dia bem na frente da minha casa
num destes buracos caiu um caminhão e de suas portas escancaradas uma montanha de goiabadas saborosas, tãocertinhas, quadradinhas , caíram para fora para alegria do povo da Vila Operária! Eu também corri até lá, fiz da saia do vestido um avental e saí feliz carregando algumas mas o Seu João me fez devolvê-las imediatamente! -“Isto tem dono! Não se deve tirar nada de ninguém!”

Zé... acho que fui a única criança da Vila a não comer goiabada naquele dia!

Naquela avenida eu cresci ladeada pelos filhos do Seu Miguel Novaes Sena, sua mulher, a dona Bela (que aprendeu a tabuada cantada na Bahia), e seus filhos João, Izaura, Izauri, Jackson, Jaime, Di e a Dulce que era a sobrinha criada no Rio de Janeiro. Foi com elas ainda crianças que aprendi histórias de assombração
e também a fazer bandeirinhas coloridas e assar batatas nas enormes fogueiras cuidadosamente preparadas durante todo o dia para comemorar a noite de São João após dias de novena rezada na sala deles diante de tantos santos, mas, lembro-me bem, os que mais se destacavam eram Santo Antonio e São Cristóvão. Só corria dos busca-pés, soltados pelo Jackson que era o terror da vizinhança. Foi ali que aprendi a escutar as histórias da ex-escrava vó Pida que tinha um papagaio que cantava o Hino Nacional e a gostar do som dos tambores que tocavam atrás da cerca da minha casa, invocando todos os Orixás.

Foi na Avenida Maranhão que vi os primeiros postes de luz surgirem repentinamente e trazer uma claridade maravilhosa para todos aqueles que já gostavam de sentar-se à luz do luar na frente de suas casas. Foi ali, nesta mesma avenida que aprendi a andar de bicicleta com a amiguinha Fátima Virgínia Manfrinato, a primeira criança nascida em Cianorte. Pobres joelhos! Pobres cotovelos!.

Foi dali que saí para estudar na Escola Itacilina Bittencourt...e ah, foi dali também que saí para descobrir o que seria aquele prédio que estavam construindo na frente da Igreja Matriz: - “Rádio? E como vai entrar todo o mundo ali dentro?” O milagre da comunicação chegava a nossa cidade através das mãos do seu Salvador Garcia, o seu proprietário.

Rádio Porta Voz de Cianorte! Programa Cinderela Infantil! Cantei lá durante anos... Puxa! Comecei com “Quero beijar-te as mãos” de Anísio Silva e cheguei até a repartir o trono com sumidades comoCatarina Mafra Maia! Lembra-se, Zé, da música : -“Fiiiiiiiilme triste!” Meu-bro-to-me-a-vi-sou-quia-es-tu-dar... Ai, ai, ai, ai...!”

Primeiro lugar! Primeiro lugar! Aplausos! Trono, sodinha Gold Scrim, tinteiro para caneta Piloto e ingresso para assistir filme do Oscarito e Grande Otelo ou Zorro! Sonho de consumo!

Foi morando ali, Zé, que me tornei atriz de teatro, ainda que por curto espaço de tempo. Fui a Branca de Neve de uma linda peça teatral que foi ensaiada durante meses para ser apresentada para todas as escolas da cidade e interior, lá no Cine Cianorte (onde cabiam 1200 crianças sentadas e mais umas 500 pelos amplos corredores). Adorei este papel, principalmente a parte que a Branca de Neve canta e brinca na floresta com os seus amiguinhos, os pequenos animais. Era tão criança que nem me preocupava com o beijo do príncipe! E nem a Fátima (não é a mesma Fátima da bicicleta) me assustava no papel da madrasta malvada quando dava aquela gargalhada que ecoava pelo cinema inteiro mostrando todo o rancor que nutria pela enteada na disputa dela pelo coração do rei.
No fim, fiz o admissão (você se lembra o que era?) e entrei no Ginásio! Viva!

Matérias de monte e professores idem! Tudo separadinho! O guarda-pó branco foi aposentado e o uniforme agora era saia pregueada azul- marinho, blusa branca, meias e sapatos pretos. Estudava francês com a professora Lúcia Passerino, matemática com a professora Helmi Fachetti que nos ensinava álgebra somando o xix com o ípsilon e Geografia com o Albino Turbay. Lindo ele! Mais uma: era obrigatório o uso de caneta!

No intervalo das aulas a gente comia coxinha de mandioca com carne e molho de pimenta que a dona do bar fazia para nossa alegria. Quando o sino tocava a gente formava fila na frente da ampla área de entrada, de madeira já gasta pelo corre-corre dos adolescentes cheios de energia e hormônios para botar pra fora. Tábuas quebradas ou insistentemente remendadas eram o que nos separava do pátio e das salas de aula e era ali que acontecia toda a vida social da Escola. Cantávamos hinos que hoje as crianças não conhecem mais: Hino à Independência, Hino à Bandeira, Hino à América, até o Hino à Árvore que, aliás até hoje eu canto com
os olhos marejados e a voz embargada pela emoção quandocomemoramos o seu dia: - “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore.... Se um dia ao voltarmos... Pedindo-lhe abrigo...Ou flores, ou frutos, ou sombra dará...”

Deus, que saudades do meu Ginásio!Zé, eu ia esquecer a fanfarra, lembra-se dela? Você se lembra daquelas imponentes zabumbas abrindo os desfiles da cidade? Lá
atrás estava eu tocando repique: -“Dig, dig, dig...Digdig,dig,dig...”. Lembra-se do grande maestro Adilson Motta que com seu assobio mágico mudava os toques da banda e ainda dava acordes para
que os instrumentos de sopro tocassem “Maria Bonita” e”Cisne Branco”? Era a fanfarra mais importante de toda a região, ganhava todos os concursos!

E os Jogos Abertos da Primavera? Zé, quantas medalhas para a nossa Escola, para os nossos heróis, para o nosso Ginásio, que àquelas alturas já tinha se transformado em Colégio Estadual de Cianorte com a inclusão do 1º ano do Científico no período noturno. E, novamente Zé, eu estava lá (e você também, né?) para fazermos parte da histórica primeira turma noturna. Foi nesta época que percebemos quão inteligente era o nosso amigo Jorge Arouca, uma humilde sumidade saída do interior e pronta pra desbravar a sabedoria dos livros... ele só tirava 100, né? E tinha uma caligrafia tão linda...! O diretor era o professor Caio Mário Moreira, amigo sincero e companheiro solidário de todos os jovens do nosso Ginásio, que tinha vindo lá da cidade de Mariana com sua família para daí para frente fazer parte dioturnamente das nossas vidas. Me lembro ainda de um pequeno detalhe: ele fazia aniversário no dia 03 de outubro, sabia disto?Zé, são tantas as coisas que tenho pra escrever do meu tempo de ginásio, que talvez seja melhor que eu não busque mais nada nasminhas lembranças. Teria que escrever da Maria Eustáquia e da Gracinha, minhas grandes amigas do início da adolescência, da Ilda de Souza que tocava violão com aquelas unhas compridas
e cantava um soprano sem desafinar uma única nota ; da Aída
e Arlete que, com a Ilda e comigo fizeram parte da primeira banda feminina do Colégio Estadual de Cianorte: “Assassinas do Ritmo”, olha o nome! Que aliás, pegou fácil! Fizemos uma mágica apresentação num baile onde arrecadamos dinheiro para a nossa formatura da Escola. Novamente, sucesso absoluto e um
bom dinheirinho para o nosso caixa.

A minha vida em Cianorte me preparou para o mundo. Todas
as coisas boas da minha infância e adolescência eu devo aos inúmeros amigos que, sendo da minha ou de mais idade, por ela passaram. Os amigos até hoje estão comigo, embora eu já esteja há tantos anos longe de lá. Que saudades, Zé de todas as pessoas com as quais dividi minha infância, meu despontar para a vida e
minhas primeiras paixões. Que saudades de olhar lá atrás e ver o
Adolfo entrando naquele ginásio pela primeira vez e pensar “ - Que menino bonito! Tão limpinho!” e toda vez que olhar pra ele sentir o coração bater mais forte! Foi a minha primeira paixão platônica! Ah, Zé, este coração bateu muitas vezes assim ainda porque todo o dia era um novo dia na minha vida e uma nova história acontecia.Vieram os bailes que eram abrilhantados pelas bandas que naquele tempo se chamavam conjuntos musicais, os cabelos dos garotos cresceram na mesma proporção que as garotas usavam laquê para fixar os fios mais rebeldes (afinal aquelas obras de arte levavam horas de empenho das cabeleireiras da cidade para durarem somente uma noite...). Dançávamos Billy Voughn, Renato e Seus Blue Caps, Roberto Carlos e, claro “ Do You Wanna Dance” de Johnny Rivers. Dançávamos de rosto colado (às vezes também suado) Bee Gees e dedilhávamos “A Casa do Sol Nascente” no violão no período pré-cordas de nylon (quanto calo, quanta ferida na ponta dos dedos)! Os meninos vinham nos tirar para dançar com as camisas pra dentro das calças (quanta elegância!) e nós não dávamos carão em ninguém... também não era bonito na época! Éramos da geração da cuba-libre com bastante gelo e, para estar na moda, aprendemos a fumar dando aquelas baforadas de fumaça produzida por cigarro da época (Como sofri para deixar de fumar!)!Nós, as moças, desfilávamos para as Casas Pernambucanas orientadas pelo grande conhecedor de moda Wilson Bianchi, também professor do Ginásio, e aprendemos a andar de salto alto com a Meri Chueiri que nos fazia andar dezenas de vezes para um lado e para outro com um livro pesado na cabeça até acertar o passo, a postura e até o olhar que era fortemente marcado pelos cílios postiços usados na época. O mais difícil era fazer a voltinha que exigia muita concentração mas as modelos de outrora não ficavam pra trás das melhores modelos dos tempos atuais.

Zé, a nossa formatura foi linda, não foi? Eu me formei duas vezes porque terminei o Científico e a Escola Normal no mesmo ano. Estava cheia de saúde, alegria e, ao olhar as fotos deste tempo confirmo que irradiava a maior felicidade do mundo. Infelizmente, rapidamente após a formatura nos separamos porque tínhamos que correr atrás de trabalho, de oportunidades, de objetivos, de futuro, porque afinal não tínhamos muito e por isto mesmo, urgia que conseguíssemos conquistar tudo na vida, e com a brevidade que a juventude nos permitia e as oportunidades ante nós surgiam.
Fui estudar em Mandaguari, no curso de matemática, onde fiquei um ano e meio. Em 1972 fui para a Polônia fazer curso de língua polonesa e posteriormente o curso de medicina que era um dos meus maiores sonhos na infância. O exemplo, de onde veio? Ora, ora... Do dr. Ramon, médico da família, um exemplo de pessoa na nossa comunidade e na minha infância. Anos depois, tornamo-nos colegas no Hospital e Maternidade São Paulo onde trabalhei até 1985 quando então, junto com meu marido, também médico, e meus filhos Cecílio Jr e Adriano, viemos morar nesta pequena cidade do Rio Grande do Sul, de colonização polonesa, que me recebeu com carinho tão grande que até hoje aqui fiquei e pra onde eu trouxe para viver comigo os meus pais, o Seu João e a dona Wladislawa, que então assumiu seu nome verdadeiro (aqui todos
os nomes são complicados)! Meus valores ficaram mais ainda enriquecidos quando, já em terras gaúchas, ajudei a minha filha Karin Letícia a vir ao mundo e, que um dia, também como eu, tenho certeza escreverá a história da sua infância, do seu ginásio e dos seus amigos de outrora;

Zé, enfim era isto o que eu queria escrever! Escrevi rápido... as lembranças vieram e ficaram. Se não conseguir editar, não tem importância! Fico feliz por ter conseguido arrancar do meu peitoestes maravilhosos momentos do meu tempo de Ginásio, e nestas recordações quero que você saiba meu amigo, tenho um lugar especial guardadinho pra você e pra todos que estão promovendo este grandioso encontro no próximo julho de 2008, lá naquele enorme palco de toda a nossa vida pregressa, a belíssima Cianorte, e de cuja peça teatral somos todos atores muito importantes.

Abraços carinhosos para todos que passaram pela minha vida!

Amo todos vocês!

Janina

Guarani das Missões, RS, 14 de junho de 2008.

JOAO ERNESTO TEIXEIRA FABRO

JOÃO ERNESTO TEIXEIRA FABRO


O QUE VAI ROLAR HOJE?

A galera está sem muito o que fazer neste fim de semana, será que vai ter algum baile no Cianorte-Clube? Ou no Clube Português? Ou então em São Tomé, Japurá, Jussara, Terra Boa, Rondon?... Estou “louco” prá dar uma dançada! Só que já vou avisando: quem estiver à fim de ir prá “fora”, já vai preparado, pois pode rolar alguma confusão. Vamos perguntar ao Wilmar, Rubinho, Geraldinho, Pingo onde os LONELY BOYS vão tocar?ou vamos ficar por aqui mesmo e curtir o Bolinha, City Bar, Big Bar, Candieiro, Dolar Furado...O que será que está passando no Cine Cianorte ou no Cine Iguaçu? Será que vale a pena ir? Quem sabe de alguma festinha de aniversário, noivando, casamento, convite? Convite não, aí perde a graça, o bom mesmo é ir de “bicão”

Ouvi dizer que o Bloco Animação vai se reunir lá na casa do seu Fabro e da Dona Zenir, se for verdade, podes crer: vai rolar um churrasco e muita cerveja, fora o samba, pois os “baianos” acabaram de chegar...

Pessoal do Marreco, qualquer coisa podemos ir ao bar do Claudinho jogar um “marrequinho”, tenho certeza que o Saulo, Paulão, Vavau, Touchê, Xaxim, João Ernesto, Noé, Pachá, Dito (ele vai contar outra...) e outros que estão de férias pintarão por lá...Agora, quem quiser ver um filminho picante, hoje (sexta), no Cine São Tomé, depois das 22 horas, dá prá gente sair dá aula e ir prá lá.

Bem, galera, vamos voltar a realidade, vou parar de escrever...senão dá um livro... Isso porque não falei da represa do Cabeleira, da Bica, do Rio dos Índios, da rua Irani, da Florinda...daí já me lembro do Marquinhos Lima (não sei porquê...), do Artur e muito mais...

Mas que é bom relembrar aqueles áureos tempos, isso é!

Éramos felizes, muito felizes e Sábiamos...
Isso que foi escrito acima, trata-se das boas lembranças que tenho daquele tempo em que, como já disse em outra oportunidade, não tínhamos compromisso nem falta de ousadia para fazermos e usarmos o que queríamos, e todos já conheciam nosso comportamento, por tratar-se de uma cidade tão pequena, mas encantadora.Tínhamos um compromisso sim, mas com os amigos, pois sempre que sabíamos de novidades, passava-às à turma. Fosse uma festinha, ou um bom filme, ou qualquer outro programa sadio.

Quem não lembra da rivalidade que existia entre Cianorte e Umuarama? Quando acontecia os jogos da primavera, que gostoso era! Saíamos em turma pelas ruas de Umuarama, exibindo orgulhosamente o Uniforme de Cianorte. E a noite então? Dormíamos nas salas de aulas das Escolas, olha, era bom demais...apesar do desconforto.

E do Carnaval? Que maravilha! Eram quatro noites e duas matinees, sim, pois tínhamos pique de pular à noite e no dia seguinte aparecer com a cara inchada nas matinees, e não deixar é claro, de colocar uma criancinha nos ombros e sair pelo salão afora, com a desculpa de que estava somentelevando a criança à se divertir, quando na realidade levávamos sim a criança que existia em cada um de nós, a saciar aquela energia inesgotável.

Citei alguns nomes, porém existem muitos... Muito mais nomes incrustados na minha mente, pois foram tantos momentos, e em cada momento ao lado de alguém que marcou a minha vida.

JOSE PAULA SILVA

JOSE PAULA SILVA

Como tudo aconteceu...

A cerca de 02 anos, minha filha Patrícia descobriu na Internet uma nova e eficiente forma de comunicação. Não sabia que esse badalado Orkut fosse me levar de volta ao caminho que trilhei. Quando encontrei Marina Tomaroli, uma querida amiga que deixou em mim uma saudade imensa, pensei: é só o começo... Mergulhei fundo no Orkut e o resultado, surpreendentemente veio rápido. Em noventa dias, e lá estávamos nós. Com muita alegria e emoção, um grupo de amigos resgatados da adolescência, em 12 de Janeiro de 2008, se reunia em Curitiba para um grande jantar de confraternização. Era só o começo de uma grande chama que se acendia...

Eu, responsável direto, às vésperas de um novo reencontro, agora com uma
participação ainda maior de amigos, sinto uma vontade irresistível de voltar
ao passado onde tudo começou.

Começou em 1959, então com nove anos de idade, ainda não alfabetizado,
chegamos à Cianorte e fomos morar alí na rua Juruá quase esquina com Xingú, vila operária. As primeiras amizades já contemplava duas amigas conhecidas: Flora e Dora Lemos, brincávamos de salva nas tardes noites
pelas ruas da vizinhança. Cianorte não tinha limites, era toda nossa, incluia
os rios, os tanques de banhos, a mata com os pés de Jaboticaba. Só tinhaum dissabor: O Zé Lebre, um menino pra lá de malvado que usava suasatribuições físicas para nos maltratar, ora espancando-nos, ora tomando nossas “pipas”, era um estraga prazer.

Com dez anos, iniciei minha primeira série primária, lá no Itacilina. Algum tempo depois entendendo as letras fui atraído pelas matinees, pela troca
de gibis, pelas bolinhas de vidro, pelas figurinhas, pelo futebol de peladas. Como frequentar matinnes? - Custava dinheiro. - Colhi algodão, vendi garrafas vazias, engraxei sapatos, vendi pão nas madrugadas e “escolhi” café nas máquinas

Também usava métodos nada convencionais, um dia achei alguns blocos inteiros de ingressos jogados para queimar, ao lado do muro do cinema, quantia tanta, suficiente para entrar no cinema de graça por mais de ano. E assim o fazia, até que um dia, seu Adélio me agarrou pelas mãos e pediu para chamarem o Juiz de Menor. Morrendo alí de vergonha, num descuido saí correndo e até hoje não me pegaram. Guardei essa façanha prá mim por 40 anos, achava ter cometido um pecado horroroso. Mas, recordar é maravilhoso, e agora que contei esse segredo para a Atoili Rossi, dei boas gargalhadas: ela me disse que fazia o mesmo e sua vergonha maior que a minha, pois o Odilon a jogou fora do Cinema.As boas lembranças não esquecemos jamais, uma delas está marcada para
sempre, foi o dia que conheci o Ilustre e saudoso Albino turbay, pai do nossoquerido amigo Adolfo. Ele, pessoalmente me levou um convite para jantarno Lendário CLUBE DOS VINTE E UM, havia eu tirado a melhor nota da formatura primária em 1963.

Apesar de viver intensamente minha infância e adolescência, fui um menino
extremamente tímido, quase sempre fazia minhas artes sozinho, mas muito
observador, conhecia a todos e tinha muita vontade de me relacionar, talvez
por isso a obsessão incontida que me levou à busca para rever um a um.

Que saudades!... dos cinemas, das brincadeiras, das peladas, dos amigos e e amigas, das quermesses...áh! as quermesses onde ia todos os sàbados
para ver a Terezinha Códolo, achava que estava apaixonado, mas ela nunca
soube.

Que saudades!... das missas domingueiras, e as passadas na Rádio Porta Voz para ver e ouvir Hilda de Souza, Catarina Maframaia cantar em dupla, (não me lembro o nome do menino) “Maria Chiquinha” e a linda Janina
Gwadera cantar “O que Será Será”, porque será lembro da letra até hoje?
Uma menina de personalidade marcante que conheci na “fila” da matinee, mais tarde minha colega de classe, Marina Tomarolli, jamais esqueci dela e agora, ao reencontrarmos, selamos para sempre nossa amizade.

Esse paraíso parecia interminável, até que um dia sem me dar conta já era
adulto. Fomos arrancados desse convívio e espalhados pelos caminhos da vida, caminhos sem volta. Durante esse tempo todo pensava um dia rever
um ou outro. De repente, vendo no Orkut a possibilidade de reencontrar nossa turma, mergulhei fundo. Vibrava de emoção quando encontrava um, depois mais um e mais um... Pouco mais de 30 dias de intenso garimpo, eis
que uma pepita de tamanho extraordinário surge: Cidinha Loreto, peça única do tabuleiro capaz de alavancar uma montanha de sentimos de amor e carinho, juntos chegamos ao tão sonhado objetivo, reunir os amigos de uma época de ouro de nossas vidas.Aqui estamos, prontos para vivenciar com muita alegria em nossos corações,
um novo reencontro, com a certeza que do outro lado da vida, Edemar Basso, Nivaldo Moreto, Jorge Lourençone, Zinaldo, Misael Junior e Telma
Negri estarão torcendo por nós...