sábado, 24 de outubro de 2009

ANA LUZIA TEIXEIRA FABRO

ANA LUZIA TEIXEIRA FABRO

Quando soube da idéia de fazermos um depoimento, para marcar nosso segundo reencontro em Cianorte, achei ótima, mas depois, confesso que relutei pois achava que não teria nada de interessante a relatar.

Pensei... pensei... e de repente percebi que tinha algo muito, mas muito importante: a alegria de ter reencontrado vários amigos, antes pelo Orkut (e...viva a tecnologia!) e depois pessoalmente, em Curitiba, no dia 12 de janeiro de 2008. Data esta que se tornou mais um marco na minha vida.

No dia12 de dezembro de 1968, com o coração muito triste e sem saber como seria minha vida daquele dia em diante. Chegamos em Cianorte...eu chorava muito por deixar uma cidade, onde começava a despontar como adolescente,cheia de vida, certezas, esperanças, sonhos e amigos, com os quais convivi na infância. Foram sete anos nesta cidade: Cruzeiro do Oeste. Lembro que a Edméia Telles
estava conosco, pois tinha ido passear em nossa casa, para para acentuar mais a amizade, que já tinha inciado, quando fomos conhecer a futura moradia, através de nossos pais.No banco traseiro, da AERO-WILLIS azul do meu pai, durante a “longa viagem” entre as duas cidades, eu cantarolava uma música de Chico Buarque: “Um passarinho que cantou, que vem aí um bom tempo....Um pescador me confirmou que vem aí um bom tempo...” e realmente aconteceu!

Chegando à nova casa, na Av. São Paulo, ao lado do Colégio Cianortense, onde hoje tem um prédio residencial, ainda na bagunça devido a mudança, recebemos a visita de Fátima Manfrinato, Edmervan, Edmar e Edméia Telles, no ínico da noite, nos convidando, eu e minha irmã Ângela, para irmos ao baile, no Clube Português, formatura de ginásio dos alunos do LA SALLE; imaginem a correria, logo nas primeiras horas como jovens cianortenses.

Neste baile, fiz vários amigos, que entre eles já reencontrei Adolfo Turbay, Cidinha Loreto, Marina Tomaroli, Terezinha Códolo, Leny Galego, Edilúcia, Zé Luiz Batista, Elizabeth Ferreira (Tininha), Ailito Rossi, Cátia Bonini e outros que espero reencontrar em breve como Maria de Lourdes Almeida (Candinha), Ana Maria Bonametti, Antonio Contini, Jorge Nabhan, enfim todos ou quase todos meus amigos da Princesa do Ivaí. Mas, tivemos perdas significativas como Karem Turbay, Haroldo (Banana), Nivaldo, Zinaldo e por último Misael (estive com ele há mais ou menos dezanos, em
Campo Grande/MS).Sem pensar, quando me perguntam em que fase da minha vida fui mais feliz, respondo que foi na minha adolescência em Cianorte. Realmente foram os meus ANOS DOURADOS!

Voltei a Curitiba em 1970, para estudar, mas sempre retornando à “terrinha” até 1979, quando meus pais saíram definitivamente da cidade, portanto, durante onze anos fiz muitos amigos. Tive muitas alegrias, tristezas, decepções, frustrações, amores mal resolvidos, enfim, uma adolescência e início de maturidade normais.

Em Curitiba, também minha vida transcorreu dentro de uma normalidade. Fiz faculdade de Psicologia, trabalhei em creches públicas. Em 1986, fui trabalhar em uma empresa de grande porte, na cidade de Jaraguá do Sul, onde atuei também na área clínica, permaneci por dois anos e meio. Retornei à Curitiba, trabalhei na
Sanepar, na área de RH, em um hospital, onde encontrava sempre
Cidinha Batista, com quem batia longos papos. Fomos proprietários de uma confeitaria, e devido a uma problema muito grave de saúde,

passei por duas cirurgias em quatro meses, tivemos que fechar. Também fomos proprietários de uma loja de calçados.

Em 1977, mudamos para Campo Grande/MS, onde trabalhei no Sistema Penitenciário do Estado e na Secretaria de Estado de Saúde. Encontrei alguma vezes o Callejas e a Preta, recebendo visitas deles, quando o Airton Petris nos visitou também. Em 2003, fomos para João Pessoa/PB. Foi nesta cidade que vi minha mãe, muito mais feliz, ela não pretendia voltar mais para o sul. Meu pai,já era mais saudosista.Ambos faleceram em João Pessoa. Minha mãe em 05/05/04 e
meu pai, já com a saúde debilitada devido à diabete, entrou em
depressão, falecendo em 24/11/2005.

A partir daí, senti um imenso vazio na minha vida, mas teimava continuar por lá, por causa de uma pessoinha que amo muito João Gabriel, meu sobrinho a quem ajudei a criar, hoje com oito anos e
devido a ele me mudei para Natal?RN, ficando po lá um ano e meio
Foi um dos maiores erros que cometi. Sofri muito e achava que tinha perdido tudo, que a minha vida não tinha mais sentido ...DEUSno seu imenso Amor e Bondade, me tirou do exílio, dando-me outra oportunidade e um grande presente: meu retorno à Curitiba, o resgate com minha família e o reencontro com meus velhos e queridos amigos.

Hoje estou feliz novamente, embora a lacuna deixada por aqueles que mais amei e que também amaram Cianorte, jamais será preenchida. Neste reencontro, sinto-me como uma adolescente, sou como a Bela Adormecida que “dormiu 40 anos” e não viu o tempo passar.... mas acordou com um beijo do Príncipe! Príncipe este, que são os meus grandes amigos.... Amigos que nos dão PAZ, AMOR, ALEGRIA e que confiam, e nos incentivam sempre...
Hoje não sinto mais solidão. Ah! Ia me esquecendo: sou portadora da Síndrome de Cinderela, não é mesmo Dr.ª Marina Tomaroli e Dr.ª Suely Petris, conforme FREUD explica?...

Agradeço à DEUS sempre por mais esta Benção, elos meus irmãos, todos os meus amigos, inclusive os que aqui não citei, que sempre estarão presentes na minha vida. Obrigado José Paula e Cidinha Parisoto, pela iniciativa e pela idéia do livro.

Nenhum comentário: